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Investidores mudam foco do Bitcoin para altcoins, afirma diretor da CME

O Bitcoin é, sem dúvida, o queridinho dos investidores institucionais que buscam entrar no mundo das criptomoedas. Porém, nos últimos tempos, as chamadas altcoins têm começado a chamar mais atenção, sendo vistas como opções promissoras com grande potencial de valorização. Giovanni Vicioso, que lidera o setor de criptomoedas da CME Group, observou essas mudanças durante a Digital Assets Conference (DAC) 2025. O Vicioso acompanhou de perto a evolução deste mercado desde que a CME lançou os futuros de Bitcoin no final de 2017 até a crescente demanda por contratos futuros de altcoins.

Recentemente, os futuros de Solana e XRP, lançados este ano na CME, atingiram um marco impressionante: em agosto, ambos os contratos chegaram a US$ 1 bilhão em interesse em aberto. “O XRP, em particular, se destacou, tornando-se o contrato que mais rapidamente alcançou esse valor entre todos os que já lançamos”, comentou Vicioso. Isso reflete um aumento robusto na participação de investidores institucionais, especialmente com a expectativa de que ETFs à vista de Solana e XRP sejam lançados agora em outubro nos Estados Unidos.

O Ethereum também está passando por um bom momento, especialmente após a aprovação do Genius Act, que regula as stablecoins nos EUA. Essa mudança teve um impacto direto nos números. Historicamente, o volume de futuros de Ether representava cerca de 25% do volume do Bitcoin, mas em agosto, essa relação disparou para 80%. “Depois da nova lei, a procura por Ether e Solana cresceu bastante, pois estas são as principais plataformas onde as stablecoins são emitidas”, explicou Vicioso. O volume diário de futuros de Ether subiu de cerca de US$ 2 bilhões para US$ 6 bilhões, mostrando que as instituições estão mais interessadas em diversificar suas estratégias com o Ethereum.

Entretanto, o crescimento das altcoins não significa que o Bitcoin perdeu seu brilho. Segundo Vicioso, “não é uma questão de abandonar o Bitcoin, mas de expandir”. Ele lembrou que o BTC ainda representa quase 60% da capitalização total do mercado, mas agora está dividindo o protagonismo com outras criptos. Os investidores, portanto, estão mais dispostos a explorar opções e se sentem mais confortáveis em diversificar suas aplicações em Ethereum, Solana e XRP.

Expansão dos Derivativos Cripto na CME

Diante dessas mudanças no interesse dos investidores, Giovanni Vicioso destacou que a CME está inovando com novos formatos de contratos, como os spot-quoted futures. Esses contratos, apresentados este ano, replicam o preço à vista e têm vencimento anual, sendo acessíveis a investidores de varejo por serem menores — 1/100 de um Bitcoin ou 0,2 de um Ether. “Nosso objetivo é democratizar o acesso a esses produtos em um ambiente regulado e seguro. Já chegamos a movimentar mais de 100 mil contratos por dia, o que corresponde a cerca de US$ 500 milhões em valor nocional”, ele contou.

Além disso, aproveitando o novo interesse por Solana e XRP, a CME planeja lançar opções sobre os futuros dessas criptomoedas em outubro, com contratos de tamanhos variados, incluindo microcontratos. “Os derivativos são ferramentas essenciais para os investidores. Nossa missão é garantir liquidez e segurança, permitindo que eles gerenciem riscos e se protejam da volatilidade do mercado de forma eficaz”, finalizou Vicioso.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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