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Homem confessa ser laranja em empresa do “Sheik das Criptomoedas”

A Polícia Civil de São Paulo realizou, na última quinta-feira, um mandado de busca e apreensão na Trans X Serviços de Apoio Administrativos. A operação teve início após um homem se apresentar como laranja da empresa, que está vinculada a Francisley Valdevino da Silva, o famoso “Sheik das Criptomoedas”. Ele é conhecido por liderar a pirâmide financeira chamada Rental Coins.

Segundo as investigações, a Trans X funcionava como uma empresa de fachada que teria movimentado quase R$ 500 milhões em um esquema de _lavagem de dinheiro_ ligado ao mercado de criptomoedas. Curiosamente, a empresa foi registrada na Avenida Paulista e criada em 2019, tendo como único sócio o homem que fez a denúncia que levou a ação policial.

Esse sócio se declarou como comodatário temporário, ou seja, ele estava apenas “emprestado” à empresa e não a possuía de fato. Ele relatou que entrou no negócio a pedido de um outro indivíduo, que já tinha sido preso pela Polícia Federal devido a sua conexão com Francisley.

Durante a operação, os policiais não encontraram bens ilícitos com o sócio, mas apreenderam um celular e um notebook para futuras investigações. As autoridades ainda estão em busca de outros membros do grupo criminoso.

O “Sheik das Criptomoedas”

Francisley está sendo acusado de criar um esquema fraudulento com criptomoedas que teria causado prejuízos estimados em até R$ 1,15 bilhão, afetando investidores e a sociedade entre 2019 e 2022. Ele ganhou notoriedade quando personalidades como o cantor Wesley Safadão e Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, foram vítimas de sua pirâmide, com Sasha perdendo R$ 1,2 milhão no esquema.

Os problemas começaram a ser investigados em março de 2022, quando o Ministério Público do Paraná recebeu diversas queixas de clientes com dificuldades para realizar saques. O esquema começou a desmoronar em outubro do mesmo ano, quando a Polícia Federal lançou a Operação Poyais, acusando o grupo de organizar lavagem de dinheiro a partir da pirâmide financeira que usava criptomoedas como isca.

As investigações da PF começaram ainda em janeiro de 2022, após autoridades dos EUA relatarem que um brasileiro residente em Curitiba estava conectado a uma conspiração de lavagem de dinheiro em Nova York. Esse alerta resultou em uma cooperação internacional que aprofundou as investigações.

Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos EUA formalizou acusações contra Francisley, ligando-o a outras fraudes envolvendo criptomoedas. Recentemente, em agosto de 2023, ele foi convocado pela CPI das Pirâmides Financeiras, mas preferiu silenciar durante o depoimento, após duas decisões favoráveis no Supremo Tribunal Federal.

Em outubro de 2022, Francisley foi condenado a 56 anos de prisão por crimes relacionados ao sistema financeiro e formação de quadrilha, também responsabilizando outros implicados no esquema da Rental Coins.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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