Vencedora do Nobel da Paz defende o Bitcoin como “dinheiro de resistência”
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz de 2025. Essa conquista elevou sua imagem mundial e, para muitos, trouxe à tona sua visão sobre o Bitcoin como um recurso vital na crise enfrentada por seu país.
Machado, de 58 anos, acredita que o Bitcoin se tornou uma ferramenta essencial para muitos venezuelanos diante do colapso econômico do país. Em uma entrevista no ano passado, ela destacou como a criptomoeda funciona como um “meio de resistência” para escapar das dificuldades econômicas. Durante esse período turbulento, a adoção do Bitcoin entre os venezuelanos cresceu substancialmente, a ponto de a oposição planejar integrar essa criptomoeda em uma futura administração democrática.
A líder ressaltou: “Essa repressão financeira, que se baseia em saques estatais e na impressão excessiva de dinheiro, persiste apesar dos ricos recursos naturais da Venezuela e até mesmo durante um auge do petróleo em 2008, quando os preços chegaram a 147 dólares o barril.” Para muitos em sua nação, o Bitcoin acabou sendo uma espécie de tábua de salvação durante a hiperinflação, evoluindo de uma simples ferramenta humanitária para um verdadeiro símbolo de resistência.
Ela continua a afirmar que o Bitcoin pode ser parte das reservas nacionais, ajudando a reconstruir o que foi confiscado pela atual administração autoritária. Essa visão foi muito bem recebida no meio cripto. Após a vitória de Machado, várias lideranças do setor expressaram apoio. Jeff Park, diretor de investimentos, foi claro: “Pela primeira vez, o Prêmio Nobel da Paz foi dado a uma pessoa ligada ao Bitcoin.” Para Bradley Rettler, do Instituto de Pesquisa sobre Bitcoin da Universidade de Wyoming, ver Machado entender o Bitcoin como um dinheiro de resistência é algo maravilhoso.
O trabalho de María Corina Machado
O Comitê Norueguês do Nobel premiou Machado por seu papel na defesa dos direitos democráticos dos venezuelanos e sua luta por uma transição pacífica desde a ditadura até a democracia. Nicolás Maduro, atual presidente, controla a Venezuela com mão de ferro desde 2013 e tem barrado a participação de Machado nas eleições. Em 2024, após sua vitória, observadores internacionais apontaram irregularidades que comprometeram a legitimidade do pleito.
Em meio a um cenário de inflação galopante, os venezuelanos têm buscado nas criptomoedas uma alternativa. Quase uma década atrás, uma combinação de corrupção, controles cambiais e sanções fez o bolívar venezuelano despencar. Atualmente, o país enfrenta uma das mais altas taxas de inflação do mundo, mas, de forma informal, muitas transações são feitas em dólar.
O panorama é desafiador, mas o crescente envolvimento com o Bitcoin pode ser visto como uma tentativa de resistência e adaptação em tempos difíceis.