CEO da BlackRock afirma que Bitcoin tem função como o ouro
O CEO da BlackRock, Larry Fink, mudou um pouco seu discurso sobre as criptomoedas. Anteriormente, ele foi bem crítico em relação ao Bitcoin, chamando-o de “índice de lavagem de dinheiro”. Mas, em uma entrevista recente à CBS, Fink reconheceu que o mercado é dinâmico e que é importante reavaliar as opiniões com o tempo.
Ele disse: “Eu costumava ver o Bitcoin como um ativo relacionado a atividades ilícitas. No entanto, agora percebo que as criptomoedas têm seu espaço, assim como o ouro, servindo como um ativo alternativo.” Apesar dessa mudança de tom, Fink fez questão de avisar que, embora a criptomoeda não seja uma péssima escolha para diversificação, não deve ocupar um lugar central em um portfólio de investimentos.
Falando sobre números, a BlackRock, que é a maior gestora de ativos do planeta, administra aproximadamente US$ 12,5 trilhões. Em 2024, a empresa lançou um dos primeiros ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, após receber a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Seu ETF iShares Bitcoin Trust já é o maior do setor, com mais de US$ 93,9 bilhões sob gestão.
Uma Nova Perspectiva sobre o Bitcoin
Essa transformação na percepção de Fink reflete uma mudança mais ampla em Wall Street, que há anos via as criptomoedas com desconfiança. Ele estava entre os executivos que, em 2017, rejeitavam o Bitcoin totalmente. Naquele ano, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, também se mostrou bastante crítico, chamando a moeda de “uma fraude”.
Desde então, o cenário ficou mais favorável. A partir de 2023, Fink adotou um tom mais receptivo, e a tendência é que as grandes instituições financeiras também entrem de vez no mundo cripto, atendendo à demanda crescente dos investidores. Esse interesse fica claro na carta que mandou para os investidores no início do ano, onde comentou que metade da demanda pelo ETF da BlackRock veio de investidores individualmente, muitos dos quais nunca haviam comprado um produto da empresa anteriormente.
As instituições agora buscam utilizar criptoativos de diversas formas. Um especialista mencionou que, especialmente após as recentes eleições nos Estados Unidos, o interesse por cripto não é apenas institucional, mas já está sendo integrado em estratégias variadas. Por exemplo, empresas como Tesla e outras começaram a usar Bitcoin como uma forma de proteção contra a inflação.
Dori, da Sygnum, apontou que, atualmente, as instituições estão interessadas em três usos principais para as criptomoedas: como reserva de valor, um meio alternativo de pagamento e जैसे infraestrutura para a próxima geração de aplicações descentralizadas, o que se relaciona ao crescente ecossistema Web3.
“Os aumentos na incerteza econômica, nas tensões entre países e no risco de desvalorização das moedas ajudam a reafirmar a imagem do Bitcoin como porto seguro”, observou ele.
Mesmo assim, nem todo mundo está convencido dessa onda positiva. A Hargreaves Lansdown, uma plataforma de investimentos, recentemente alertou seus usuários a evitar o Bitcoin, afirmando que ele não possui valor intrínseco. Apesar disso, a empresa, que administra US$ 226,8 bilhões em ativos, ainda permitirá que investidores qualificados tenham acesso a novos produtos cripto no Reino Unido.
Atualmente, o Bitcoin está sendo negociado por cerca de US$ 114,8 mil, com uma leve alta após uma queda brusca na sexta-feira, onde ele caiu de US$ 121 mil para US$ 109 mil em poucas horas.
Essas informações ajudam a entender um pouco mais sobre como líderes e instituições estão ajustando suas visões em relação a um mercado que continua a evoluir.