À medida que o cenário econômico entre os Estados Unidos e a China se intensifica, muitos investidores têm se perguntado o que esperar do preço do Bitcoin. Geoff Kendrick, um especialista do Standard Chartered, acredita que o valor da criptomoeda deve cair abaixo de US$ 100.000 antes de voltar a alcançar novas máximas. Em uma mensagem divulgada recentemente, Kendrick expressou que essa queda é “inevitável”, mas que pode ser passageira.
Ele afirmou também que a previsão de um preço-alvo de US$ 200.000 até o final do ano permanece firme, o que sugere uma possível duplicação do valor nos próximos meses.
Atualmente, o Bitcoin está sendo negociado por volta de US$ 108.200, conforme os dados do CoinGecko. Nos últimos 16 dias, o preço caiu cerca de 12% em relação à máxima histórica de US$ 126.000, uma queda atribuída a uma “venda em massa motivada pelo medo”, especialmente em meio a notícias sobre tarifas.
Kendrick sugere que, se o Bitcoin cair para os cinco dígitos, pode ser a “última vez” que ele fica tão abaixo da marca simbólica de US$ 100.000. Apesar disso, ele admite que ninguém consegue prever com exatidão até onde a criptomoeda vai descer “antes de se estabilizar”.
Historicamente, os meses de outubro e novembro têm sido favoráveis para o Bitcoin, com aumentos médios de 19,8% e 46%, respectivamente, desde 2013. Esse fenômeno levou à criação do termo “Uptober”, embora o mercado de criptomoedas tenha mudado bastante nos últimos tempos.
Como entender a queda do Bitcoin
Desde que atingiu seu pico há mais de duas semanas, o Bitcoin viu seu preço despencar para US$ 104.800. Em abril, o ativo havia caído para US$ 76.300, após o governo americano anunciar tarifas recíprocas sobre vários países.
Kendrick destacou que, nos últimos meses, o ouro, tradicionalmente considerado um porto seguro, tem superado o Bitcoin. No entanto, parece que essa dinâmica pode estar prestes a mudar. Recentemente, o ouro registrou sua maior queda diária em anos, enquanto o Bitcoin se recuperou durante esse período.
A queda acentuada do ouro coincide com um movimento de venda do metal precioso e compra de Bitcoin, e Kendrick acredita que esse fluxo pode continuar. Na quarta-feira, o valor do ouro caiu ainda mais, cotado a cerca de US$ 4.075 por onça, um спад significativa em relação ao recorde de US$ 4.381.
Na terça-feira, analistas comentaram que o Bitcoin estava se destacando em comparação ao ouro, especialmente com as tensões geopolíticas diminuindo e grandes empresas apresentando bons resultados financeiros. Um relatório de inflação esperado para esta sexta-feira pode ser um fator decisivo nessas movimentações.
É importante lembrar que a China, sendo um dos maiores parceiros comerciais dos EUA, está em negociações constantes que podem impactar o cenário econômico global. Um exemplo disso é o potencial acordo entre a Índia e os EUA, que pode afetar as importações de petróleo da Rússia. Com isso, o preço do petróleo se elevou em 2,3%, alcançando US$ 58,5 por barril.
