Faltando poucos dias para o fim de outubro, o Bitcoin teve uma leve recuperação nesta sexta-feira (24). Ele valorizou 1,4%, alcançando US$ 111.131. Apesar disso, na somatória do mês, a criptomoeda ainda mostra uma queda de 2,3%. Isso significa que, embora tenha reduzido as perdas, ainda há a possibilidade de um “uptober” negativo para o Bitcoin. Um ponto de atenção é que o volume de negociações caiu para apenas US$ 52 bilhões nas últimas 24 horas. Para Guilherme Prado, da Bitget, essa é uma barreira importante para uma recuperação mais robusta.
Mercado cauteloso
Prado comenta que, apesar desse desempenho positivo, o Bitcoin continua “lateralizado” na faixa dos US$ 110 mil. O mercado parece estar esperando um movimento decisivo que defina a próxima direção. A falta de volume expressivo reflete o cuidado dos investidores, que aguardam novos sinais ou mudanças econômicas mais claras antes de se comprometerem mais.
No ranking das criptomoedas, a BNB teve um crescimento de 2,4%, enquanto o Ethereum (ETH) subiu 1,3%, embora ainda esteja abaixo de US$ 4.000. A XRP também teve uma alta de 1,9%, começando o dia a US$ 2,45, enquanto a Tron (TRX) foi a única a se desvalorizar, caindo 3,5%. E em meio a essas movimentações, a ZEC e a COAI se destacaram, com altas de 20% e 11%, respectivamente.
Vencimento de opções nesta sexta-feira
Hoje, cerca de 47.000 contratos de opções de Bitcoin estão prestes a vencer. Segundo dados da Deribit, o valor desses contratos é de cerca de US$ 5,1 bilhões. Embora seja um número maior do que o da semana passada, é pouco provável que isso impacte o mercado à vista.
Os dados de inflação também estão nos holofotes dos investidores. Embora o governo dos EUA esteja em uma fase de paralisação, as atualizações devem sair ainda hoje. A expectativa é que o índice de preços ao consumidor (CPI) para os últimos 12 meses fique em 3,1%. Se o número for mais favorável, pode impulsionar ainda mais o preço do Bitcoin.
Falando sobre as opções, a relação entre contratos put e call está equilibrada em 1,03. Isso indica que os compradores e vendedores estão em um equilíbrio delicado, sem uma direção clara sobre se o preço do BTC vai subir ou cair. A dor máxima está em torno de US$ 114 mil, algo em torno de 3% acima do preço atual.
O interesse aberto (OI), que representa o número total de contratos ainda válidos, atingiu uma marca histórica de US$ 63 bilhões no total de todas as corretoras. Na Deribit, essa quantia também chegou a US$ 50 bilhões pela primeira vez.
O que esperar do Bitcoin?
O preço do BTC está na faixa de US$ 111 mil, mesmo com uma queda de 20% a 25% no OI de futuros nas últimas semanas. Curiosamente, o OI de opções agora ultrapassa o OI de futuros em cerca de US$ 40 bilhões.
A Deribit aponta que a estratégia de negociação está mudando de uma abordagem de alta alavancagem para uma de hedge (proteção). Isso indica que os investidores estão buscando formas de minimizar perdas após as recentes correções do mercado.
Enquanto isso, traders continuam mostrando um pessimismo em relação ao futuro das criptomoedas, com muitos expressando frustração sobre suas posições. O foco principal está na dificuldade do Bitcoin em ultrapassar a barreira dos US$ 112 mil. Alguns observam que as criptomoedas parecem estar se distanciando de ativos mais tradicionais, como ouro e ações. A interrupção de serviços na AWS também dificultou temporariamente as negociações na Coinbase, complicando o cenário para compras institucionais.
