Google apresenta computador quântico: futuro das criptomoedas?
O Google deu um passo importante na corrida pela computação do futuro. Pesquisadores da empresa anunciaram que o novo computador quântico, chamado Willow, conseguiu mapear a estrutura de uma molécula 13.000 vezes mais rápido do que os supercomputadores mais potentes que temos hoje. Esse resultado é o que chamam de vantagem quântica, algo que os cientistas estão acompanhando com muita expectativa.
Para chegar a essa conquista, foi utilizada uma técnica chamada “ecos quânticos”. Nesse método, ondas são direcionadas a um qubit — a menor unidade de informação na computação quântica. Essas ondas fazem o qubit reagir, e depois os pesquisadores conseguem medir o “eco” desse sinal refletido. Essa abordagem é um divisor de águas, pois permite observar detalhes que simplesmente não seriam visíveis com a computação clássica. Isso pode ser um grande avanço para simulações moleculares e estudos em física avançada.
Além disso, o Google Quantum AI enfatizou que a experiência é totalmente verificável. Isso significa que qualquer sistema com características semelhantes poderia reproduzir os mesmos resultados. Essa transparência ajuda a reforçar a credibilidade dos achados e é um marco na evolução da computação quântica.
Os pesquisadores também publicaram detalhes dos resultados em parceria com a revista Nature. O estudo mostrou como interferências controladas podem potencializar os ecos quânticos, possibilitando medições muito precisas. Eles afirmaram que essa nova metodologia poderia analisar moléculas complexas em segundos—enquanto os supercomputadores convencionais levariam décadas para processar a mesma quantidade de informação.
Computador quântico: impacto na cibersegurança e nas criptomoedas
Com esse avanço no processamento de dados, a preocupação com a segurança digital já começou a aparecer. Um computador quântico com poder suficiente poderia quebrar algoritmos de criptografia que protegem dados em sistemas financeiros, médicos e até militares. O que significa que as mesmas tecnologias que garantem a segurança de transações em criptomoedas como o Bitcoin poderiam se tornar vulneráveis.
David Carvalho, cientista-chefe do protocolo de segurança descentralizado Naoris, destacou que esse é “o maior risco para o Bitcoin desde a sua criação”. Uma parte significativa da comunidade cripto ainda está debatendo soluções teóricas, mas há uma necessidade urgente de criar padrões de segurança que resistam aos desafios impostos pela computação quântica.
Por outro lado, vale lembrar que os computadores quânticos, por enquanto, ainda não têm poder suficiente para comprometer as criptografias atuais. Eles conseguem quebrar chaves de até 22 bits, enquanto os métodos utilizados em bancos e blockchains variam entre 2.048 e 4.096 bits. Mesmo assim, tanto governos quanto empresas estão começando a se preparar para esse desafio.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) recebeu, em setembro, um documento que sugere um roteiro para padrões de criptografia pós-quântica até 2035. Esse planejamento busca proteger dados financeiros e redes blockchain antes que a próxima geração de processadores quânticos se torne uma realidade no mercado.





