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Bitcoin: início de bear market ou correção de ciclo? Análise 21Shares

Bitcoin e Ethereum estão em um momento de oscilação, mantendo-se dentro de faixas de preço específicas. O Bitcoin está sendo negociado entre US$ 95.000 e US$ 105.000, enquanto o Ethereum está em torno de US$ 3.300, variando entre US$ 3.100 a US$ 3.500. Essa movimentação foi analisada pela equipe da 21Shares e compartilhada recentemente.

Essa retração de preços ocorre após muitos investidores de longo prazo terem realizado lucros, resultando na venda de aproximadamente 405.000 BTC, o que equivale a cerca de US$ 40 bilhões, apenas no último mês. Além disso, a alavancagem caiu bastante, enfraquecendo o cenário otimista que muitos esperavam.

A capitalização total do mercado de criptomoedas também sofreu uma queda significativa, cerca de 21%, saindo de US$ 3,9 trilhões para US$ 3,1 trilhões. Essa mudança parece ser uma consolidação pacífica, diferente de uma venda apressada. Observamos que o capital está se deslocando mais para o Bitcoin e stablecoins, que alcançaram um recorde histórico de US$ 300 bilhões em circulação.

Enquanto isso, as altcoins não estão tendo um desempenho tão bom, mas suas avaliações estão se ajustando. Esse cenário pode criar oportunidades para quem pensa em “comprar na queda”. Historicamente, quedas de 20% em períodos semelhantes geralmente antecedem grandes recuperações quando a liquidez e a confiança dos investidores aumentam.

Quebrando o ciclo de quatro anos

Estamos vendo indícios de que o ciclo atual do Bitcoin pode estar rompendo com o padrão de quatro anos que sempre o acompanhou. Nos ciclos passados, grandes movimentações eram impulsionadas por investidores de varejo, especialmente após eventos de halving. Agora, a adoção institucional e os ETFs estão mudando esse panorama.

Nos próximos anos, o comportamento do Bitcoin após o halving de 2024-2025 já parece divergir dos padrões anteriores, mostrando uma estabilidade maior, mesmo diante de correções. Essa mudança reflete a maturidade do Bitcoin como um ativo macroeconômico, que agora é influenciado mais por fatores como políticas e liquidez do que apenas pelo volume de mineração.

Riscos de curto prazo

A média móvel de 50 semanas, em torno de US$ 102.900, é um ponto chave a ser monitorado. Se houver fechamento abaixo desse valor, poderemos ver um reteste da faixa de US$ 90.000 a US$ 95.000, o que poderia indicar um breve “inverno cripto” que duraria meses e não anos.

Nos últimos dias, mais de US$ 1,7 bilhão em posições alavancadas foram liquidadas, evidenciando a fragilidade da especulação atual. No entanto, apesar dessa instabilidade, temos uma estrutura de mercado mais forte, sustentada pela demanda institucional e um cenário regulatório em evolução. Se as quedas ocorrerem, devem ser mais corretivas do que estruturais.

Catalisadores para a próxima alta

Alguns fatores podem ajudar a reacender o impulso em direção a 2026:

  1. Clareza regulatória à medida que as políticas dos EUA avançarem após a paralisação.
  2. Pipeline de ETFs: Mais de 100 propostas de ETFs de criptomoedas aguardam aprovação da SEC.
  3. Acumulação soberana: O projeto de lei BITCOIN Act dos EUA, que sugere a compra de 1 milhão de BTC, indica um alinhamento estratégico.
  4. Expansão de liquidez: O fim do aperto quantitativo em dezembro pode liberar quase US$ 9 trilhões parados em mercados monetários para ativos de risco.
  5. Movimento do ouro: O aumento de 50% do ouro neste ano pode sinalizar uma possível ruptura similar do Bitcoin, como aconteceu em 2020.

Sentimento e posicionamento

Atualmente, o sentimento do investidor está em “Medo”, com o Índice de Medo e Ganância Cripto marcando 27, o que historicamente pode indicar zonas de acumulação. Dados sobre derivativos mostram que há mais posições vendidas do que compradas (54:46), uma condição que muitas vezes se vê perto do fundo de um ciclo.

À medida que a realização de lucros diminui e fatores favoráveis de liquidez começam a se materializar, há potencial para que o Bitcoin recupere a marca de US$ 110.000 até o final do ano.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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