Dois sinais de que o bear market do Bitcoin iniciou
A perspectiva para o Bitcoin não anda nada boa. A pressão vendedora é intensa e a incerteza tomou conta do cenário financeiro. Recentemente, a principal criptomoeda sofreu uma queda significativa, o que gerou uma “cruz da morte” e o primeiro fechamento semanal abaixo da média móvel de 50 semanas. Esses são sinais técnicos que podem indicar o início de um bear market, ou seja, um período de quedas.
A cruz da morte acontece quando a média móvel de 50 dias cruza para baixo da média móvel de 200 dias. Esse indicador sugere que o ritmo das quedas de curto prazo está superando a tendência de longo prazo. No último balanço, o preço do Bitcoin caiu quase 14% e hoje está próximo de US$ 91.200, segundo informações do CoinGecko. Essa pressão vendedora foi tão forte que levou a criptomoeda a fechar abaixo da média móvel de 50 semanas, que estava pouco acima dos US$ 100.000.
Esse fechamento semanal abaixo de U$ 100.000 é o primeiro desde outubro de 2023, quando a alta começou. Um fechamento acima dessa média no passado indicou um novo ciclo de alta, mas agora, essa nova queda levanta dúvidas sobre a possibilidade de uma recuperação rápida.
No último trimestre, a movimentação dos preços levou muitos analistas a concluir que um bear market para as criptomoedas pode ter começado. O índice Bull Score da CryptoQuant está mostrando que oito das dez principais métricas on-chain estão em vermelho, o que reforça esse cenário de baixa no mercado.
Farzam Ehsani, CEO da VALR, comentou que o medo crescente entre os investidores dos mercados tradicionais é um dos principais fatores para a queda atual. Em momentos de aversão ao risco, as criptomoedas costumam andar lado a lado com as ações de tecnologia, que também estão enfrentando pressão, especialmente agora com os investidores colhendo lucros sobre ações ligadas à inteligência artificial.
Mais desafios pela frente?
Os mercados de derivativos indicam que o interesse em aberto ultrapassou os níveis vistos em 10 de outubro, o que mostra que a especulação continua. Apesar do cenário negativo, há quem still opte por abrir posições vendidas, apostando em preços ainda mais baixos.
Uma análise mais detalhada mostra a queda no delta de volume acumulado, além da assimetria de 25 deltas indo para o lado negativo. Isso é um sinal de que a compra de opções de venda (puts) está sendo uma estratégia comum entre os investidores, como forma de se proteger contra possíveis quedas.
Mas, por outro lado, os dados indicam que, com o aumento das taxas de financiamento e o delta entre preço de compra e venda alcançando picos entre 5% a 10%, alguns investidores estão começando a buscar oportunidades durante as quedas, o que pode alterar o cenário.
Se o preço não parar de cair, esses compradores que se arriscaram podem acabar sendo forçados a vender, criando um “long squeeze”, o que aumentaria ainda mais a pressão vendedora.
Apesar desse panorama sombrio, Ehsani ainda acredita na possibilidade de uma pequena recuperação caso o Bitcoin consiga se firmar acima dos US$ 100.000 novamente. Ele menciona que um compromisso do Federal Reserve em cortar as taxas de juros em dezembro e dados que mostrem um crescimento econômico robusto nos EUA podem ser catalisadores que ajudem na revitalização do mercado.
Porém, ele cauteliza que são necessários US$ 105.000 para realmente retomar um padrão de crescimento saudável. Até que isso ocorra, o ímpeto vendedor parece que deverá seguir dominando, dificultando qualquer tentativa de recuperação significativa.





