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Bitcoin e os 5%: apenas 1 milhão de BTC restante para minerar

O Bitcoin atingiu um marco significativo recentemente: em 17 de novembro, a rede minerou nada menos que 19,95 milhões de BTC, o que significa que mais de 95% da oferta total já foi explorada. Para quem está acompanhando o mercado, isso é um sinal claro de que a escassez do ativo digital está se intensificando. Agora, restam apenas 1,05 milhão de moedas para serem mineradas nos próximos 115 anos.

Essa jornada pelo limite máximo da oferta não é apenas uma curiosidade; ela tem implicações bem reais. O aumento da escassez atrai um fluxo maior de interesse de instituições financeiras, governos e investidores do mundo todo. No entanto, mesmo com esses dados promissores, especialistas alertam que, na verdade, estamos no início de uma fase desafiadora para os mineradores.

A nova etapa para mineradores

Os mineradores experientes ressaltam que estamos prestes a enfrentar os momentos mais difíceis na história da mineração de Bitcoin. O que acontece? O hashprice, que é uma medida de retorno diário por unidade de hashrate, está em queda—agora a US$ 38,82 por PH/s por dia, o menor patamar em um ano. Para se ter uma ideia, há alguns meses, a movimentação estava entre US$ 80 e US$ 100 em períodos mais quentes do mercado.

Além da baixa no hashprice, temos dois pontos críticos:

  1. Preço fraco: O Bitcoin está abaixo de US$ 90 mil, fazendo com que a recompensa não cubra os custos operacionais de máquinas mais antigas e menos eficientes.

  2. Dificuldade recorde: O hashrate, que mede a quantidade total de poder de mineração na rede, se mantém alto, acima de 1,1 ZH/s.

Normalmente, em situações de baixa rentabilidade, mineradores menos eficientes desligariam suas máquinas, reduzindo a dificuldade e, consequentemente, ajudando as margens de lucro a se recuperarem. Mas essa situação não está ocorrendo. Muitos continuam operando por contratos firmados ou por terem obtido capital recentemente—uma pressão que torna o cenário ainda mais complicado.

As novas soluções do setor

Diante do cenário desafiador, os mineradores começam a explorar outras possibilidades. Estamos vendo uma divisão crescente entre os mineradores mais focados no Bitcoin—os chamados ‘Pure Play’—e os que estão migrando para o setor de Inteligência Artificial (IA).

Esse movimento faz todo sentido: a mesma infraestrutura usada para a mineração pode ser facilmente adaptada para operações de inteligência artificial, que oferecem uma remuneração muito melhor por megawatt consumido. Um estudo da VanEck sugere que os mineradores poderiam gerar até US$ 38 bilhões a mais por ano ao redirecionar apenas 20% da sua capacidade para IA. Empresas como Bitfarms, Coreweave e Hive Digital estão se adaptando rapidamente a essa nova realidade.

A necessidade de segurança na rede

Um ponto que merece atenção é que, à medida que a quantidade de Bitcoin a ser minerado diminui, a segurança da rede passa a depender cada vez mais das taxas de transação. Isso levanta uma questão: quem vai manter essa segurança?

Se a demanda por espaço nas transações não crescer junto com a adoção global do Bitcoin, como Satoshi Nakamoto previu, pode haver um desequilíbrio. Em momentos de alta, como os que vimos, a receita pode aumentar temporariamente, mas não consegue se sustentar a longo prazo.

O futuro já chegou

Chegamos a um momento crucial: a chamada ‘Era dos 5%. Os mineradores não serão mais apenas os geradores de blocos. Eles estão se transformando em empresas híbridas de energia e computação. Esse novo modelo é necessário para sobreviver e prosperar em um ambiente tão competitivo e exigente.

O que se percebe é que o Bitcoin continua sua trajetória em direção à escassez total. Porém, essa promessa agora recai sobre os ombros dos mineradores, que terão que se adaptar e inovar para continuar na corrida. E, quem sabe, aqueles que realmente se destacarem nessa nova era podem nos surpreender com uma nova abordagem de negócios que promete impactar toda a indústria nos próximos anos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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