Nesta terça-feira (18), o IBIT, o maior ETF de Bitcoin da BlackRock, passou por um dia complicado. A instituição observou a maior saída líquida diária desde seu lançamento em janeiro de 2024, com nada menos que US$ 523,2 milhões sendo retirados do produto. Este dado é fruto da análise da empresa Farside Data.
Apesar dessa queda significativa, outros ETFs fizeram uma contraposição interessante. O ETF da Franklin Templeton, chamado EZBC, e o Bitcoin Mini Trust da Grayscale, conhecido como BTC, conseguiram atrair entradas de US$ 10,8 milhões e US$ 139,6 milhões, respectivamente. No final do dia, os ETFs de Bitcoin registraram uma saída líquida total de US$ 372,8 milhões. Novembro tem sido desafiador para esse mercado, com cinco dias consecutivos de retiradas superando as entradas e apenas três dias de saldo positivo.
No horizonte mais amplo, o quadro ainda parece saudável. Desde o surgimento dos ETFs de Bitcoin, eles já receberam um total de US$ 58,2 bilhões. Entretanto, a quarta-feira (19) começa com desafios para o IBIT, que está em baixa de 1,5% no pré-mercado, com preço em torno de US$ 52.
Mesmo após um dia tão difícil, a média dos investidores ainda está no positivo. Dados do especialista Jim Bianco mostram que o preço médio de compra de todos os ETFs de Bitcoin à vista desde janeiro de 2024 é de US$ 90.146. Isso significa que, com a cotação atual do Bitcoin acima de US$ 91.000, o investidor médio ainda está no lucro.
Queda simbólica abaixo dos US$ 90 mil
O Bitcoin despencou abaixo da marca de US$ 90 mil pela primeira vez em sete meses na terça-feira (18). Essa movimentação reflete a reduzida vontade de investidores por ativos de risco nos mercados financeiros. Em termos práticos, a criptomoeda perdeu todos os ganhos que havia acumulado em 2024 e está cerca de 30% abaixo de seu pico de mais de US$ 126 mil alcançado em outubro.
Durante a sessão de negociação na Europa, o Bitcoin atingiu um mínimo de US$ 89.286,75. De acordo com informações de analistas, cerca de US$ 1,2 trilhão foram eliminados do valor total do mercado de criptomoedas nas últimas seis semanas. Especialistas comentam que a incerteza sobre possíveis cortes nas taxas de juros nos EUA, combinada com um clima de aversão ao risco, tem impactado o desempenho das criptomoedas, que estavam em alta por um longo período.
