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Shrek admite culpa em roubo de Bitcoin bilionário

Kunal Mehta, de 45 anos, conhecido pelo apelido curioso de “Shrek”, se declarou culpado recentemente por estar envolvido em um enorme roubo de 4.100 bitcoins, que atualmente vale cerca de R$ 2 bilhões. Esse crime aconteceu em agosto de 2024, e a investigação levou à prisão de doze pessoas em maio de 2025, incluindo Mehta. Durante a operação, autoridades confiscavam não apenas os bitcoins, mas também veículos de luxo, relógios Rolex, joias e roupas de grife.

Mehta é o oitavo acusado a assumir a culpa nesse esquema. Além do valor impressionante, seus apelidos, como “Papa” e “The Accountant” (O Contador), chamam atenção. Esses nomes foram dados pelos comparsas dele, refletindo um pouco do estilo de vida extravagante que eles levaram.

Golpes de Engenharia Social e Vida de Luxo

O que torna essa história ainda mais intrigante é a forma como o grupo atuou. Começaram a aplicar golpes de engenharia social em investidores de criptomoedas em outubro de 2023. Mehta, por sua vez, desempenhou o papel de lavar o dinheiro para o grupo, que contava com hackers, ladrões e outros especialistas em fraudes.

Ao que tudo indica, eles usaram os 4.100 bitcoins roubados para viver uma vida cheia de excessos. Relatos falam de gastos de US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,6 milhões) por noite em festas, além de distribuição de bolsas de grife em eventos. A quadrilha ainda alugou casas em várias cidades, utilizou jatos particulares e até adquiriu 28 carros exóticos, cada um com valores surpreendentes que variavam de US$ 100 mil a US$ 3,8 milhões.

A promotora federal Jeanine Ferris Pirro destacou o impacto das ações de Mehta e seus comparsas, que “roubaram centenas de milhões de dólares em criptomoedas de vítimas e, em seguida, lavaram esse dinheiro para dar uma aparência de legalidade, gastando-o de forma extravagante”.

O Papel de “Shrek” na Lavagem de Dinheiro

Embora Mehta fosse o mais velho do grupo, sua conexão com os mais jovens veio da facilidade que tinha para converter criptomoedas em dólares, cobrando uma taxa de 10% pelos serviços prestados. Para lavar o dinheiro que obtiveram de forma ilegal, ele criou uma série de empresas de fachada, que ajudavam a disfarçar a origem dos fundos.

Os carros apreendidos, por exemplo, não estavam em nome dos acusados, mas sim nessas empresas fictícias ou em nomes de “laranjas”. Isso foi se desenrolando como uma intricada teia de transações, onde as criptomoedas eram transferidas entre associados que utilizavam técnicas sofisticadas para ocultar as operações na blockchain.

De acordo com o Departamento de Justiça, os valores roubados eram devolvidos às contas das empresas de fachada de Mehta por meio de transferências feitas por outras empresas fictícias ao redor dos Estados Unidos. Agora, Kunal Mehta aguarda sua sentença, encerrando mais um capítulo de uma história cheia de intrigas e excessos no mundo das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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