Comissão aponta suposta fraude no caso Libra e responsabiliza Milei
Uma comissão que investiga a criptomoeda Libra, lançada pelo presidente argentino Javier Milei no começo deste ano, divulgou seu relatório final na terça-feira (18). A expectativa era grande, e o que se confirmou foi a descrição da Libra como uma “suposta fraude”. O relatório responsabiliza diretamente Milei e ainda aponta que o Poder Judiciário dificultou a investigação com algumas barreiras.
Além da Libra, o documento menciona outras criptomoedas e plataformas, como o KIP Protocol, Vulcano e CoinX. Curiosamente, antes de assumir a presidência, Milei já havia enfrentado críticas por supostas fraudes financeiras, como a CoinX, que prometia retornos de 8% ao mês. Essa promessa, que chegou a ser propagada nas redes sociais, causou desconforto entre muitos investidores.
Relembrando o caso Libra na Argentina
Em fevereiro, Javier Milei promoveu a Libra em suas redes sociais, buscando alavancar a economia argentina. A postagem, que foi apagada, falava sobre o potencial da criptomoeda. No auge de seu valor, a Libra chegou a impressionantes US$ 4,5 bilhões, mas logo enfrentou uma queda de 89%, deixando muitos investidores com uma baita dor de cabeça e prejuízos significativos.
Quando as críticas começaram a surgir, Milei se defendeu, afirmando que ninguém foi pressionado a investir, sugerindo que as escolhas eram totalmente pessoais. As acusações foram além, envolvendo sua irmã, Karina Milei. Um dos desenvolvedores da Libra disse ter feito pagamentos a ela, levantando questões sobre possíveis envolvimentos indevidos.
Como se não bastasse, Charles Hoskinson, fundador da Cardano (ADA), revelou que a equipe de Milei estaria cobrando por agendamentos com o presidente, o que acendeu ainda mais as suspeitas de corrupção.
Comissão argentina descreve Libra como “suposta fraude” e parte para cima de Milei
A sequência da investigação trouxe à tona a conclusão da comissão, que considera a Libra uma fraude e atribui a responsabilidade a Milei, que está se preparando para as próximas eleições. O deputado Maximiliano Ferraro foi claro: “O Presidente teria promovido um empreendimento privado. Usou sua posição para benefícios pessoais”.
Outro deputado, Juan Marino, foi ainda mais incisivo ao classificar o caso como “uma fraude planejada”. Ele e seus colegas apontaram que 80% das carteiras de investidores perderam dinheiro, enquanto um grupo seleto conseguiu lucrar milhões. Essa situação se assemelha a um “rug pull”, um termo usado no universo das criptomoedas para descrever quando os criadores de um projeto esvaziam suas próprias moedas após um marketing agressivo, deixando os investidores na mão.
A investigação segue, com a mídia local noticiando novos documentos que podem indicar pagamentos a funcionários públicos. O caso também chama a atenção lá fora, com investigações em andamento nos EUA. Por outro lado, o deputado Nicolás Mayoraz, do partido de Milei, desmerece as acusações da oposição, chamando-as de “delírio”. Ele argue que a Justiça não deveria ser utilizada para ações que poderiam violar garantias constitucionais.





