Um homem disfarçado de entregador conseguiu roubar impressionantes US$ 11 milhões (cerca de R$ 59 milhões) em criptomoedas de um morador de São Francisco, nos Estados Unidos. O crime aconteceu numa manhã de sábado, quando, após entrar na residência, o homem sacou uma arma e imobilizou a vítima com fita adesiva.
Ele se aproximou da casa usando a farsa de ser entregador, o que lhe deu acesso ao local facilmente. Depois, com a arma em punho, obrigou o morador a entregar as credenciais da sua carteira de criptomoedas, além de levar um laptop e um celular. O incidente ocorreu por volta das 6h45, nas proximidades das ruas 18th e Dolores, uma área conhecida do bairro Mission Dolores.
Esse ataque é mais um exemplo de uma onda preocupante de crimes dirigidos a detentores de criptomoedas, conhecidos como “wrench attacks”. Especialistas em segurança alertam que tais eventos estão crescendo e alcançando novas proporções neste ano.
Aumento das ameaças físicas
David Sehyeon Baek, consultor na área de cibercrime, comentou que os investigadores provavelmente adotarão uma abordagem multifacetada para resolver o caso. Ele explicou que, nos primeiros dias após o crime, a prioridade será rastrear os dispositivos roubados, como o celular e o laptop, enquanto as autoridades buscam proteger os ativos restantes que possam estar em exchanges.
Além disso, Baek destacou que os investigadores também focarão em identificar as carteiras envolvidas, permitindo que especialistas em blockchain acompanhem as movimentações em tempo real. Essa rapidez é crucial, já que transferências realizadas sob coerção permitem que os atacantes movimentem as criptomoedas em questão de minutos, principalmente utilizando serviços que priorizam a privacidade.
Jameson Lopp, cofundador da empresa de autocustódia Casa, registrou mais de 60 “wrench attacks” este ano, mostrando que os números são quase o dobro do que foram no ano passado. Infelizmente, esse problema não se limita a um único local; recentemente, um promotor de criptomoedas, juntamente com sua esposa, foi assassinado nos Emirados Árabes Unidos após encontrar homens que se disfarçavam de investidores e conseguiram exigir acesso às suas carteiras.
Outra ocorrência semelhante aconteceu na Tailândia, onde a polícia prendeu um sul-coreano e três tailandeses acusados de sequestrar uma vítima chinesa, levando dela mais de US$ 10 mil em dinheiro e criptomoedas.
Baek reforçou que, neste tipo de crime, descobrir a identidade dos suspeitos costuma ser mais simples do que recuperar as criptomoedas que foram roubadas. É um cenário que evidencia a necessidade de cautela redobrada para quem investe nesse tipo de ativo.
