Deutsche Bank aponta 5 motivos para queda do Bitcoin e novas perspectivas.
A recente queda do preço do Bitcoin nas últimas seis semanas reflete uma onda de avaliação negativa entre os investidores. Esse clima pessimista foi impulsionado por uma postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed), as incertezas em torno do CLARITY Act, o esfriamento do interesse institucional e vendas por parte de detentores de longo prazo que estavam realizando lucros.
Os analistas do Deutsche Bank estão cautelosos em relação a uma possível recuperação do Bitcoin. Eles destacam que esta queda é diferente de correções anteriores, que foram principalmente motivadas pela especulação de investidores individuais. Agora, o cenário envolve uma participação institucional significativa, além de regulamentações e tendências econômicas globais.
Desde o início de outubro, o preço do Bitcoin caiu de impressionantes US$ 126.000 para menos de US$ 82.200. No entanto, há uma leve recuperação, com a moeda se aproximando de US$ 88.500 após um pequeno aumento de 1,8% em um único dia.
Apesar desse pequeno respiro, a situação no mercado cripto continua preocupante. Quase US$ 5 bilhões foram retirados de produtos negociados em bolsa relacionados ao Bitcoin e outras criptomoedas nesse período. Além disso, bilhões em contratos de derivativos foram liquidadas, enquanto os traders tentam se manter firmes durante essa tempestade de volatilidade.
Nos últimos meses, a capitalização total do mercado de criptomoedas caiu cerca de 24%, o que representa aproximadamente US$ 1 trilhão. Os analistas do banco observam que, embora o Bitcoin tenha sido comparado a ativos mais tradicionais como o ouro e os títulos do Tesouro dos EUA, ele ainda não se consolidou como uma verdadeira reserva de valor.
Eles ressaltam que, desde outubro, o Bitcoin tem se comportado mais como uma ação de tecnologia de alto crescimento do que como um ativo defensivo. De fato, as correlações diárias entre o Bitcoin e o índice Nasdaq 100 são de 46% e com o S&P 500 chegam a 42%. Essas correlações aumentaram consideravelmente nas últimas semanas, refletindo uma tensão de mercado similar àquela vivida durante a pandemia de COVID-19 em 2022.
O mercado de ouro e os títulos do Tesouro têm se mostrado mais resistentes do que o Bitcoin, destacam os analistas.
Havia a expectativa de que o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed pudesse reduzir as taxas de juros na última reunião deste ano, em dezembro. Contudo, declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, e da governadora Lisa Cook frustraram essas esperanças. Essa incerteza sobre a trajetória das taxas de juros pode continuar a pressionar negativamente o desempenho do Bitcoin.
Outro ponto importante levantado pelos analistas é a liquidez em queda. A crise de outubro não apenas afetou a liquidez pontualmente, mas também deixou os formadores de mercado assumindo uma postura cautelosa, lentos para se recuperar. Dados da Kaiko Research mostram que os livros de ofertas nas principais exchanges de criptomoedas despencaram, com a liquidez no lado vendedor praticamente ausente por vários minutos.
Essa falta de liquidez amplificou o impacto na oscilação dos preços, reduzindo a disposição dos formadores de mercado em oferecer liquidez em momentos de pressão.





