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Binance enfrenta processo por permitir transações do Hamas

A Binance e seu cofundador, Changpeng Zhao, enfrentam mais um processo, desta vez por supostamente facilitar transações com criptomoedas ligadas ao Hamas. A ação foi registrada na segunda-feira em um tribunal federal na Dakota do Norte e é apenas uma das várias acusações contra a exchange.

Este novo processo foi movido por mais de 300 famílias de americanos que sofreram perdas em ataques atribuídos ao Hamas. Os autores, segundo informações da Bloomberg, afirmam que a estrutura da Binance e suas práticas de conformidade permitiram que usuários associados a grupos terroristas movimentassem dinheiro na plataforma. Eles alegam que a exchange não tinha controles adequados de 2017 até pelo menos 2023, o que incluía verificação de clientes fraca e práticas de comunicação que dificultavam a supervisão.

Os advogados dos demandantes afirmam que a Binance atuou de forma consciente, fornecendo serviços financeiros ao Hamas e mantendo medidas para proteger os usuários suspeitos de fiscalização. Eles destacam que a exchange utilizava carteiras compartilhadas e tinha um sistema de registros limitado, dificultando a identificação de quem estava realmente realizando as transações.

O ex-embaixador Lee Wolosky, que representa as vítimas, fez uma declaração forte, enfatizando a responsabilidade da Binance pelos ataques de 7 de outubro e afirmando que a empresa “deve ser responsabilizada, e será”. Esse ataque resultou em mais de 1.200 mortes, incluindo um número significativo de civis, e gerou um grande impacto global.

### Estrutura e Operação da Binance

Em sua defesa, a queixa aponta como a Binance se estruturava com entidades offshore supostamente controladas por Changpeng Zhao, sem uma sede fixa e utilizando práticas que complicavam o rastreamento de transações. Alega-se que essas escolhas tornaram quase impossível para as autoridades identificarem usuários específicos, mesmo com o aumento da atividade na plataforma.

Além disso, a denúncia sugere que as diretrizes adotadas por Zhao dificultaram o acesso das autoridades a transações relevantes e que ele teria orientado seus funcionários a mascarar a localização dos clientes para enganar os reguladores.

Os problemas legais da Binance foram se intensificando em 2023, quando a empresa concordou em um acordo de 4,3 bilhões de dólares com as autoridades americanas por violações relacionadas à lavagem de dinheiro. Zhao, ao se declarar culpado, deixou o cargo de CEO e cumpriu uma breve pena de prisão, sendo posteriormente perdoado pelo ex-presidente Donald Trump.

Um especialista em criptomoedas comentou que, embora corretoras implementem processos de verificação, não há uma ligação direta entre as identidades dos usuários e os endereços de blockchain envolvido nas transações. Essa lacuna na tecnologia torna difícil impedir ações ilegais, o que é um desafio comum nesse tipo de plataforma.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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