Notícias

Roberto Campos Neto comenta sobre valorização do bitcoin

Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil e atualmente Vice Chairman do Nubank, comentou esta semana sobre o papel dos ativos digitais na economia. Em seu novo cargo como Chefe Global de Políticas Públicas do Nubank, ele destacou as diferenças entre o bitcoin e as stablecoins, especialmente no que diz respeito ao seu uso como meio de pagamento.

Durante um podcast do Nubank, Campos Neto fez uma análise interessante: o bitcoin é visto mais como um investimento do que um método de pagamento. Ele mencionou que a volatilidade do bitcoin pode chegar a uma média de 70% ao ano, enquanto as stablecoins vinculadas ao dólar apresentam uma oscilação bem menor, em torno de 13%. Isso é um fator crucial para quem considera essas moedas digitais para transações diárias.

Ele detalhou que “até alguns países tentaram incentivar o uso de criptomoedas para pagamentos, mas a alta volatilidade é um grande desafio”. Para quem pensa em usar bitcoin no dia a dia, essa instabilidade pode ser um golpe e tanto.

Volatilidade: Bitcoin x Dólar

Essa diferença na volatilidade entre o bitcoin e uma moeda como o dólar é impressionante. Campos Neto explicou que enquanto o bitcoin tem variações médias de 70%, uma stablecoin lastreada em dólar oscila entre 10% e 13% ao ano. Essa diferença é significativa, quase seis vezes, e ajuda a entender por que as pessoas têm percepções diferentes sobre esses ativos.

“A criptomoeda oscila muito. Para quem quer usá-la como pagamento, essa flutuação é um problema”, ressaltou ele. Por causa disso, muitos veem o bitcoin como uma forma de reserva de valor ou uma aposta na evolução do sistema monetário global. “Muita gente acredita que o futuro do dinheiro será sem lastro, e isso faz com que acreditam que o bitcoin continuará a valorizar”.

“Visitei El Salvador e vi a carteira de bitcoin do governo”

Recentemente, Campos Neto teve a oportunidade de visitar El Salvador e conhecer mais sobre o uso do bitcoin naquele país. Ele mencionou a carteira Tivo, onde o governo oferece 30 dólares em bitcoin para quem baixar o aplicativo. No entanto, ele observou uma questão importante: quando os cidadãos compram bitcoins, o país pode perder a capacidade de oferecer crédito. Esse é um desafio que os bancos centrais precisarão considerar no futuro.

Ele acredita que, em algum momento, eles precisarão buscar soluções coletivas para lidar com isso. “O setor privado já está tentando encontrar alternativas”, comentou.

Regulação das corretoras de criptomoedas e o “fim do Drex”

Sobre a recente regulação das corretoras de criptomoedas pelo Banco Central, Campos Neto viu isso como um avanço. “As empresas passam a fazer parte do sistema financeiro nacional, e essas resoluções podem ser um ponto positivo”, afirmou.

Quanto ao Drex, ele destacou que a solução não chegou ao fim e que o Banco Central pode já ter um plano alternativo em mente. A equipe do Bacen está focada em trazer inovações, mantendo o Drex no horizonte regulatório.

Ele também abordou o tema da tokenização, trazendo sua perspectiva sobre essa evolução no sistema financeiro. O podcast onde Roberto Campos Neto comentou tudo isso ainda está disponível no YouTube, prometendo mais insights para os interessados em entender melhor o universo das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo