Liquidações diminuem, enquanto BTC sofre nova queda
Apesar da leve recuperação que tivemos nos últimos dias, o clima no mercado de criptomoedas ainda é de cautela. Nesta sexta-feira (05), prezados leitores, vimos novas quedas nos preços, e no Top 10 das criptos, apenas a Tron (TRX) se destacou, com uma alta de 1,9%, subindo para US$ 0,28.
Por outro lado, as desvalorizações foram expressivas. A XRP foi a que mais caiu, perdendo 4,8%, seguida pela Solana (SOL), que teve uma queda de 4,5%. Ambas acumulam perdas de 7,7% e 11,9% nos últimos 30 dias, se colocando entre os maiores prejuízos do Top 10.
No caso do Ethereum (ETH), a situação não foi fácil; houve uma desvalorização de 2%, mas ainda se manteve acima de US$ 3.100. O Bitcoin (BTC), por sua vez, recuou de US$ 93.000 para US$ 91.300, o que representa uma queda de 2,2% nas últimas 24 horas. Essa desvalorização acumulada do BTC em um mês chega a 10%, a segunda maior entre as principais criptos.
Uma notícia positiva, no entanto, é que as liquidações no mercado diminuíram nas últimas 24 horas. Segundo dados do Coinglass, o total atingiu US$ 289 milhões, com US$ 209 milhões vindo de posições compradas. O Ethereum foi responsável por US$ 91 milhões desse total, enquanto o Bitcoin ficou com US$ 88 milhões.
Pânico desaparece, mas Bitcoin enfrenta medo
Recentemente, um fator que ajudou na recuperação das criptomoedas foi o avanço do **Índice de Medo e Ganância**, que subiu para **27/100**. Isso significa que o mercado saiu da zona de “medo extremo”, onde costumam ocorrer as piores quedas. Isso demonstra um pequeno retorno da confiança dos investidores.
Menos de uma semana atrás, esse índice estava em 14, pouco antes do Bitcoin despencar para US$ 84.000. Apesar desse aumento no índice, o Índice de Força Relativa (RSI) caiu para 53, próximo da região negativa. Um RSI acima de 50 costuma ser um bom sinal para o curto prazo, mas esse retrocesso deixou muitos investidores com um pé atrás.
Agora, muitos olhos estão voltados para o corte da taxa de juros nos EUA, programado para ocorrer na próxima quarta-feira (10). Na plataforma de mercados preditivos Kalshi, o otimismo não é tão grande: apenas 44% dos usuários acreditam que o Bitcoin chegará a US$ 100 mil até o final do ano. E somente 18% acham que pode atingir US$ 200 mil até 2027.
Queda do Bitcoin dentro do esperado
Embora a desvalorização do Bitcoin tenha chamado a atenção, os **30%** de queda em relação à sua máxima histórica não fogem muito do padrão. Dados mostram que o mercado já passou por correções desse tipo no passado.
Recentemente, o Bitcoin chegou a cair para US$ 80.000 no final de novembro, mas acabou se recuperando antes de registrarmos novos recuos. No final de outubro, ele atingiu US$ 126 mil, mas nos dias seguintes a desvalorização chegou a 32%.
Esse padrão de queda é comum em ciclos de mercado. O que diferencia este ciclo é que a desvalorização ocorreu antes da hora. Historicamente, novembro apresenta resultados fracos para o Bitcoin em anos pós-halving. Em ciclos anteriores, o Bitcoin também caiu significativamente em dois principais períodos: 32,7% entre março e agosto de 2024 e 31,7% de janeiro a abril de 2025. Analistas acreditam que essas quedas geralmente abrem espaço para grandes recuperações.
Além disso, o interesse em contratos futuros também caiu 1,87%, atingindo US$ 132 bilhões. Isso indica que os traders estão diminuindo a alavancagem, o que pode ser a razão pela qual o número de liquidações está mais baixo. Menos contratos em aberto muitas vezes significam menor demanda, o que pode se refletir em tendências de preços mais fracas.





