Recentemente, um documento extenso de 53 páginas revelou que a indústria de criptomoedas foi alvo da chamada Operação Choke Point 2.0 durante o governo Biden. O foco dessa operação foi dificultar o acesso a serviços financeiros para empresas do setor, o que gerou uma série de dificuldades para os negócios relacionados a ativos digitais.
Logo no início do documento, há uma afirmação clara: “A Administração Biden tentou tornar quase impossível a realização de atividades relacionadas a ativos digitais.” Isso reflete uma estratégia similar àquela adotada na primeira versão da operação, que ocorreu na era Obama e que visava punir silenciosamente diversas indústrias.
Um exemplo dessa pressão foi a proibição, revelada em documentos do ano passado, onde o FDIC, uma entidade que se assemelha ao Fundo Garantidor de Crédito no Brasil, determinou que bancos não poderiam aceitar clientes que operassem no universo das criptomoedas. Além disso, outras instituições, como o OCC (Escritório de Controladoria da Moeda) e o Fed, também emitiram avisos contra a indústria, alegando que ela carecia de robustez e maturidade.
Outro ponto ressaltado no relatório do governo americano foi a falta de clareza regulatória, uma estratégia adicional para restringir o desenvolvimento das criptomoedas. O documento destaca que “qualquer empresa envolvida em atividade comercial legítima e legal não deveria sofrer encerramento de conta motivado pelas preferências políticas de uma administração ou regulador.” Isso mostra a preocupação em garantir que práticas injustas não sejam repetidas no futuro.
Os republicanos do comitê estão se mobilizando para impedir uma nova “Operation Choke Point 3.0”, buscando garantir que empresas legítimas não tenham acesso a serviços financeiros negado por reguladores federais simplesmente por questões políticas.
Pressões injustificadas contra o setor
Um dos destaques do relatório revela que, segundo dados do governo, o uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro é muito inferior ao uso de formas tradicionais de dinheiro. No entanto, o governo ainda buscava associar as criptomoedas a violações de normas de combate à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
O documento afirma que, “a própria Administração Biden reconheceu que o uso de ativos digitais para lavar dinheiro é menos comum que o uso de dinheiro tradicional.” Apesar disso, a pressão sobre o setor aumentou e muitos executivos relataram um ambiente desafiador, marcado pela falta de regulamentação e exclusão dos mercados financeiros tradicionais.
As agências afetadas por essa situação incluem o Fed, a SEC e o FDIC, entre outras. Essa pressão fez com que muitos no setor se sentissem acuados e vulneráveis.
Mudanças no cenário político
Com a troca de governo, o novo presidente, que assumiu o cargo há quase um ano, está buscando reverter essas ações. O estudo aponta que pelo menos 30 pessoas e empresas do setor de criptomoedas foram impactadas negativamente pela Operação Choke Point 2.0.
“Desde sua posse em 2025, o presidente Trump tem trabalhado para reverter as práticas de ‘debanking’ da Administração Biden e para reviver a inovação em ativos digitais nos Estados Unidos,” diz o documento. Entre as iniciativas está o já aprovado Genius Act e um projeto chamado Projeto Crypto, que visa reformular a abordagem das agências reguladoras em relação às criptomoedas.
Além disso, há um perdão presidencial para diversos protagonistas do setor, como Ross Ulbricht e Changpeng Zhao. O documento finaliza alertando sobre o uso de táticas da primeira Operação Choke Point sob a administração anterior, caracterizando isso como um abuso preocupante de autoridade regulatória.
