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Pesquisadores do Ethereum discutem sobrecarga da rede

Pesquisadores da Fundação Ethereum chamaram a atenção esta semana para um desafio técnico que vem crescendo de forma silenciosa na rede: o excesso de dados armazenados, conhecido como “state bloat” — ou, em bom português, “inchaço no estado da rede”. Esse acúmulo de informações está complicando a operação dos nós da rede, tornando tudo mais caro e complexo.

Mas o que é exatamente esse “estado” do Ethereum? Em termos simples, ele envolve tudo o que a rede precisa saber para funcionar, como os saldos das contas, informações sobre contratos inteligentes e os códigos que fazem as aplicações rodarem. A questão é que esses dados só aumentam, sem nunca diminuir. Mesmo informações que têm anos sem uso acabam sendo mantidas por todos os nós, o que dificulta a manutenção da rede.

De acordo com a equipe Stateless Consensus da Fundação Ethereum, esse crescimento constante dos dados encarece a operação de quem mantém a rede ativa. A preocupação é que, se apenas grandes empresas ou especialistas puderem arcar com essa infraestrutura, o Ethereum pode acabar perdendo características essenciais, como descentralização, resistência à censura e resiliência.

O cenário se complica ainda mais com as inovações recentes, como soluções de segunda camada e a proposta de melhoria EIP-4844, que aumentaram o limite de gás. Embora esses avanços permitam mais transações, eles também aceleram o crescimento da quantidade de dados armazenados na blockchain.

3 soluções para o problema

Para lidar com essa questão, os pesquisadores apresentaram três soluções principais. A primeira é o State Expiry, que permitiria a remoção de dados inativos do conjunto principal. Isso deixaria a rede mais leve, mas os usuários ainda poderiam recuperar essas informações quando necessário.

A segunda proposta é o State Archive, que faria uma separação entre os dados mais utilizados e os históricos, mantendo a eficiência dos nós ao longo do tempo.

Por último, a solução chamada Partial Statelessness sugeriria que os nós armazenassem apenas partes do estado, o que diminuiria os custos e facilitaria a participação de mais operadores na rede.

A Fundação Ethereum quer avançar com essas soluções o mais rápido possível e está convidando desenvolvedores e a comunidade a se envolver nas discussões e testes, deixando claro que as propostas ainda estão em fase de estudo. Essa colaboração pode ser fundamental para um Ethereum mais leve e acessível a todos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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