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A Strategy é grande o suficiente para evitar a falência?

Os boatos de que a Strategy, uma famosa empresa focada em tesouraria de Bitcoin, pode estar passando por um momento crítico ganharam força recentemente. Depois de algumas notícias preocupantes, incluindo a possível exclusão de seus índices de ações, Michael Saylor, seu fundador, admitiu que a empresa pode ter que vender Bitcoin pela primeira vez.

Com um portfólio de 650.000 bitcoins, o que equivale a cerca de US$ 60 bilhões e representa 3,1% da oferta total de BTC, a preocupação é real. Algumas vozes no mercado avisam: a empresa não é grande demais para falir, assim como outras gigantes já enfrentaram o colapso.

Eli Cohen, um advogado empresarial, lembrou que empresas como Enron e Lehman Brothers se tornaram ícones de falência. Para piorar, bancos como Silicon Valley, Silvergate e Signature também caíram, levando seus acionistas a perderem tudo. Isso abre a discussão sobre a vulnerabilidade das empresas públicas, incluindo a Strategy (MSTR), cujas ações caíram 30% nos últimos 30 dias, refletindo uma queda significativa no preço do Bitcoin.

em 2024, o Bitcoin tinha alcançado recordes históricos, mas agora recuou 65% em comparação ao seu pico. Essa volatilidade gera nervosismo, especialmente quando se considera a possibilidade de a Strategy ter que liquidar seus bitcoins.

Histórias como a da Enron, que era um gigante do setor energético antes de seu colapso em 2001, mostram que até as maiores empresas podem enfrentar crises. Seus executivos manipularam dados, escondendo dívidas e inflando receitas, o que levou a falência e um processo legal depois.

O conceito de “grande demais para falir” foi muito debatido após a crise de 2008, quando empresas que pareciam invulneráveis caíram de forma inesperada. Um exemplo recente é a falência da exchange FTX, que chocou o mundo das criptomoedas.

Por outro lado, muitos que observam a Strategy, especialmente nas redes sociais, acreditam que ela não está fadada a esse fim. Eles argumentam que, sendo uma empresa listada na bolsa, é improvável que um desfecho trágico como o que ocorreu com outras criptomoedas aconteça. A Strategy é a 433ª maior empresa do mundo, segundo a CompaniesMarketCap, o que dá a alguns a esperança de que alguém sempre se interesse em salvá-la.

Entre os que pensam assim, Mitchell “Nom” Rudy, da BONK, sugere que a empresa tem força o suficiente para resistir, apesar das críticas e pressões externas. Ele acredita que a empresa pode até encontrar oportunidades de negócios, se necessário.

Katherine Dowling, da Bitwise Asset Management, reforça que a empresa tem fundamentos sólidos, mas concorda que há altos e baixos envolvidos em sua forte aposta no Bitcoin. Entretanto, Eli Cohen e um analista que se apresenta como Trantor, ressaltaram que a Strategy não possui vínculos diretos com o sistema financeiro que garantiria um resgate como o que várias instituições tiveram em 2008.

O que preocupa é a crise de liquidez. Sal Ternullo, que auditou a MicroStrategy em 2020, alertou que sem reservas de caixa para recomprar ações, a pressão sobre a administração pode levar a vendas de ativos. Essa necessidade pode se tornar real caso o valor patrimonial líquido da empresa caia abaixo de 1, o que, segundo Saylor, poderia fazer com que eles decidissem vender bitcoins.

Recentemente, a empresa formou uma reserva de US$ 1,44 bilhão para se proteger e evitar esse cenário. Dowling acredita que vender Bitcoin poderia ser uma boa estratégia, mas a posição pública de Saylor contra esse movimento torna as coisas mais complicadas.

Um possível anúncio de venda de Bitcoin pela Strategy poderia desencadear reações negativas no mercado. Afinal, como os investidores têm a memória fresca de colapsos anteriores, isso poderia intensificar uma venda apressada.

A situação da Strategy é um lembrete claro de como o mundo das criptomoedas pode ser instável e cheio de desafios. Cada movimentação desse gigante pode trazer desdobramentos significativos não apenas para a empresa, mas para todo o mercado.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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