Um júri formado por 12 pessoas, incluindo uma senhora que celebrou seu 90º aniversário, tomou uma decisão esta semana no caso de Roman Storm, um dos cofundadores do Tornado Cash. Storm foi considerado culpado por operar um negócio de transferência de dinheiro sem licença, mas os jurados não conseguiram chegar a um consenso sobre outras acusações que pesavam contra ele.
Documentos divulgados pela juíza Katherine Failla na quinta-feira revelaram que os jurados solicitaram várias informações antes de anunciar o impasse em duas das acusações. Entre os pedidos, estavam transcrições de depoimentos de testemunhas e esclarecimentos sobre as alegações que levaram às acusações, além de uma dúvida específica sobre as carteiras que estavam incluídas nas sanções à Coreia do Norte.
Após as alegações finais no dia 30 de julho, houve uma semana de deliberações. Durante esse período, os jurados se manifestaram algumas vezes, mas não parecia que estivessem em impasse até a manhã de quarta-feira. Naquele dia, o porta-voz do júri informou que, apesar dos esforços para chegar a um veredicto unânime, alguns jurados já tinha suas decisões formadas.
O que causou o impasse sobre lavagem de dinheiro?
Para que houvesse uma condenação por lavagem de dinheiro, o júri precisava concordar, além de qualquer dúvida, que Storm havia feito um “acordo ou entendimento” com outras pessoas para realizar essa prática ilegal. As regras estabelecidas enfatizaram que muitas vezes esses acordos não são expressos, ou seja, conspiradores geralmente não documentam seus planos.
Essas orientações, juntamente com os pedidos de informação, ajudaram a explicar a dificuldade dos jurados em chegar a uma conclusão sobre o papel de Storm no mixer de criptomoedas e como isso poderia caracterizar uma conspiração para lavar dinheiro e violar sanções dos EUA. Vale destacar que os nomes dos jurados foram mantidos em sigilo, mas a juíza revelou que uma das integrantes teve a oportunidade de celebrar seu aniversário em meio a esse processo.
Até sexta-feira, a audiência de sentença de Storm pelo crime pelo qual foi condenado ainda não tinha sido agendada e não estava claro se o governo dos EUA pretendia prosseguir com as acusações restantes contra ele. A defesa de Storm também foi contatada para comentários, mas ainda não havia se manifestado sobre o caso.
