O mês de julho trouxe bons ventos para o mundo das criptomoedas, especialmente para o Bitcoin (BTC), que alcançou um novo recorde máximo, ultrapassando a marca dos US$ 123.000. Mas, enquanto muitos olhavam para o BTC, o verdadeiro espetáculo veio das altcoins. O Bitcoin viu uma alta de 7% no mês, mas alguns tokens chamaram a atenção ao registrar aumentos impressionantes, como o token Ethena (ENA), que disparou 118%; o Cronos (CRO), da exchange Crypto.com, com 66,5%; e a memecoin Bonk (BONK), que subiu 66,1%, de acordo com uma análise da QR Asset Management.
O Ether (ETH), a segunda maior criptomoeda, também se destacou, com uma valorização de 41,8% em julho. Como Murilo Cortina, diretor de novos negócios da QR Asset Management, mencionou, as altcoins realmente “roubaram a cena”. Essa alta do Ether foi impulsionada por uma crescente aceitação institucional e um aumento expressivo nas aplicações de ETFs nos Estados Unidos.
O papel do Ether no crescimento
Esse movimento não é à toa. Cortina observou que, durante o mês, os ETFs de Ethereum acumularam uma captação líquida de impressionantes US$ 2,66 bilhões, mais que o dobro do que foi captado em todo o ano anterior. O preço do Ether saltou de cerca de US$ 2.550 para US$ 3.800, uma valorização superior a 40% em poucas semanas. Esse crescimento não só elevou o ETH, mas também beneficiou o projeto Ethena, permitindo a emissão de mais de 4 bilhões de novos tokens.
O Ethena USD (USDE) é uma stablecoin sintética emitida por esse protocolo. Ela atingiu um valor de mercado recorde de US$ 9,7 bilhões no final de julho, tornando-se o sexto maior projeto no universo das finanças descentralizadas (DeFi), atrás apenas de gigantes como USDT e USDC.
Destaques das altcoins
Além do Ethena, o Cronos teve um desempenho notável. Sua valorização de 66,5% está ligada à sua inclusão em um fundo de índice conhecido como “Crypto Blue Chip ETF”, que será lançado pela Truth Social, a plataforma ligada ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Por outro lado, a Bonk viu seu valor disparar após o lançamento de um novo launchpad de memecoins, que teve um desempenho superior ao de seu concorrente, Pump.fun, dentro do ecossistema Solana. O sucesso inicial do LetsBonk contribuiu efetivamente para essa alta impressionante.
Com uma valorização de 65,1%, o token Stellar (XLM) também se destacou em julho. Essa alta foi impulsionada pela expectativa do lançamento da stablecoin PayPal USD (PYUSD) na rede Stellar, elevando a confiança dos investidores no potencial do ecossistema.
Piores desempenhos da temporada
Nem tudo foram flores em julho. Os tokens da Pi Network (PI) e da Aptos (APT) foram os que mais sofreram, com perdas de 18% e 9,4%, respectivamente. A pressão negativa no preço dessas criptos foi causada pelo desbloqueio de tokens, levando a um excesso de oferta.
Cortina destacou que, em julho, US$ 28 milhões em tokens PI foram liberados, mas o interesse dos investidores não acompanhou essa oferta, resultando em um volume de negociações bastante baixo. Sem um ecossistema robusto, a recuperação do preço do token PI parece distante.
A Aptos, por sua vez, viu um aumento na oferta total de 11,31 milhões de unidades, mas isso não se traduziu em um aumento no volume de negociações. Assim, o valor do token foi impactado negativamente.
Por fim, o token da Artificial Superintelligence Alliance (FET) também viu uma queda de 7,1% devido a mudanças estruturais em seu tokenomics. Essa incerteza levou muitos investidores a realizarem lucros e se afastarem temporariamente do ativo.
No geral, houve um movimento interessante no mercado de criptomoedas, onde o Bitcoin perdeu um pouco de sua dominância, dando espaço para que algumas altcoins mostrassem um desempenho superior.
