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Análise aponta instabilidade na recuperação do bitcoin abaixo de US$ 90 mil

A recente recuperação do Bitcoin, que ocorreu nas últimas três semanas, traz uma mistura de otimismo e cautela. Para entender o cenário, é preciso olhar com um pouco mais de atenção para os dados. Apesar da alta aparente, o que se percebe é uma certa falta de demanda real por parte dos investidores. Desde o colapso da alavancagem que ocorreu em 10 de outubro, o apetite para comprar não tem voltado como se esperava.

Entre os dias 21 de novembro e 9 de dezembro, o Bitcoin teve uma bela subida, quase 15%, alcançando a marca de US$ 94.200. Mas é interessante notar que, ao mesmo tempo, o número de posições em aberto caiu. Isso sugere que muitos investidores estavam apenas fechando posições vendidas, e não necessariamente entrando em novas compras. Na prática, isso significa que a movimentação não veio de uma demanda robusta, mas sim de um ajuste de posições.

Outro ponto que merece atenção é a mudança na assimetria das opções delta 25. Essa métrica passou de -11% para -5% nesse mesmo período. Na linguagem mais simples, isso indica que os investidores estão investindo em proteção contra perdas, o que é um sinal de cautela. Quando essa assimetria melhora, pode ser um bom indicativo de que o sentimento no mercado está mudando e que uma recuperação pode estar a caminho.

O que vem a seguir para o Bitcoin?

Agora, a grande dúvida é: novos compradores vão aparecer? Desde 11 de dezembro, o interesse em aberto aumentou quase 4%, somando 232.000 BTC. Isso indica um aumento na especulação, mas ainda não há uma pressão de compra forte o suficiente. De fato, o Bitcoin já perdeu cerca de 5% desde aquele pico de US$ 94.200 e agora está sendo negociado por volta de US$ 89.430.

Além disso, uma alavancagem excessiva foi notada, com cerca de US$ 1,8 bilhão em posições vendidas. Caso o Bitcoin ultrapasse a marca de US$ 91.300, isso pode levar a liquidações. E o que isso significa na prática? Bem, se muitos vendedores forem forçados a comprar para cobrir suas perdas, isso pode criar um “short squeeze”. Quando isso acontece, os preços sobem rapidamente, e a pressão de compra resultante pode levar a uma valorização ainda maior do Bitcoin.

Os especialistas estão alertando sobre os riscos que ainda existem, especialmente devido ao colapso de outubro. Matthew Hougan, da Bitwise, comentou sobre como ainda existem incertezas no mercado, já que muitos estão tentando se desfazer de seus investimentos antecipadamente, em função do ciclo de quatro anos. Ele acredita que, assim que essas pressões forem resolvidas, o mercado de criptomoedas poderá apresentar uma alta significativa.

Por enquanto, o cenário parece instável. A movimentação dos preços deve continuar a mostrar volatilidade até o final do ano.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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