Analista questiona teoria do halving do Bitcoin a cada quatro anos
Os ciclos de mercado do Bitcoin são um tema que sempre gera discussões, e um dos analistas a trazer uma nova perspectiva é James Check. Ele afirma que esses ciclos não estão necessariamente ligados aos eventos de halving, como muitos pensam. Para ele, o que realmente influencia os altos e baixos do Bitcoin são outros fatores, principalmente a adoção da tecnologia e a estrutura do mercado.
Check destacou que o Bitcoin passou por três ciclos diferentes até agora. O primeiro, que vai de 2011 a 2018, pode ser chamado de “ciclo de adoção”, onde o foco estava na aceitação inicial por parte do varejo. Depois, de 2018 a 2022, veio o que ele descreveu como “ciclo de adolescência”, marcado por uma volatilidade intensa e o que ele chamou de “boom e colapso do Velho Oeste”. Agora, desde 2022, estamos em um “ciclo de maturidade”, que se diferencia pela chegada de investidores institucionais e uma maior estabilidade no mercado.
Ele também fez uma observação interessante: depois do mercado de baixa em 2022, a dinâmica mudou. Ou seja, quem acha que o histórico se repetirá pode acabar se perdendo, já que as condições atuais são bem diferentes dos ciclos passados.
Halving ainda faz sentido?
A análise de Check desafia a crença comum de que os ciclos de mercado do Bitcoin giram em torno do halving, um evento que reduz as recompensas para os mineradores a cada quatro anos e costuma causar um aumento na demanda. Histórias passadas mostraram que muitos acredita-se que o mercado atinge seu pico no ano seguinte ao halving, como aconteceu em 2013, 2017 e 2021, com a expectativa de que isso se repita em 2025.
Check acredita que o Bitcoin é um ativo único, quase como ouro, e sugere que o ciclo atual pode se estender mais do que o esperado. A questão é como isso impacta quem investe e o comportamento do mercado como um todo.
O fim do ciclo de quatro anos?
Nos últimos tempos, algumas previsões têm surgido, indicando que o tradicional ciclo de quatro anos pode ter chegado ao fim. Matthew Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, comentou que o ciclo não estará oficialmente encerrado até que vejamos retornos positivos em 2026. Porém, ele acredita que a dinâmica mudou bastante.
Outro empreendedor, conhecido como “TechDev”, compartilhou com seus seguidores no X que entender a dinâmica do ciclo econômico é essencial para interpretar os movimentos do Bitcoin. Ele mostrou como os picos e vales acontecem e como fatores como a liquidez do dólar e entradas de ETFs podem prolongar uma fase de alta.
Ciclo atual está acabando, diz Glassnode
A Glassnode, uma empresa de análise de dados sobre criptomoedas, apontou em 20 de agosto que o Bitcoin estava ainda seguindo os padrões tradicionais de seu ciclo. Recentemente, eles complementaram que a pressão de venda e a realização de lucros indicam que o mercado pode estar entrando em uma fase tardia de seu ciclo.
Por fim, Bob Loukas, um trader conhecido, teve uma visão realista sobre os ciclos do mercado. Ele lembrou que, apesar de ouvirmos que “não existem mais ciclos do Bitcoin”, a verdade é que eles sempre estarão presentes. E essa repetição de ciclos é parte da natureza do mercado, onde inflacionamos até estourar e depois recomeçamos. A diferença está em como gerenciamos os riscos e nos recuperamos das quedas.