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Anbima identifica 803 influenciadores de finanças, 44% são de cripto

A ANBIMA acaba de divulgar a nona edição do Finfluence, um estudo que monitora as conversas sobre finanças nas redes sociais desde 2020. Essa nova edição traz uma novidade especial: pela primeira vez, é possível conferir as certificações dos influenciadores que aparecem nos rankings. Isso é um passo importante para dar mais clareza ao investidor, já que essas certificações são exigidas para quem atua em diversas funções nos mercados financeiros.

Desenvolvido em colaboração com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad), o relatório apresenta rankings de influenciadores. Aproximadamente 60% dos nomes presentes na edição anterior continuam no Top 10, mostrando uma certa estabilidade entre os criadores de conteúdo. Na liderança, está O Primo Rico, seguido por Economista Sincero e Bruno Perini. Nesta edição, influenciadores como Samy Dana, Riqueza em Dias, Pablo Spyer e Nath Finanças também retornam ao cenário.

Entre as organizações, metade das que figuraram na edição passada se manteve nas posições. Nomes como InfoMoney, Valor Econômico, Banco Central e IstoÉ Dinheiro continuam relevantes. Novidades como CNN Economia, Primo Cast, XP, Me Poupe! e BTG Pactual dão um ar mais dinâmico à lista.

O Finfluence também destaca as movimentações por cada rede social. No Instagram, O Primo Rico se destaca como líder; no X (antigo Twitter), foram Rafael Balboa, Economista Sincero e Rafael Zattar. O YouTube viu o Café com Ferri conquistar a primeira posição, enquanto Gustavo Cerbasi permanece no topo do Facebook.

Amanda Brum, CMO da ANBIMA, comenta que essa edição traz mais transparência ao incluir certificações nos rankings e destaca a evolução do mercado, que mostra tanto a estabilidade entre os criadores quanto a renovação entre as organizações.

Edição registra o maior volume de conversas sobre finanças nas redes

No primeiro semestre de 2025, o estudo contabilizou 1,18 bilhão de interações, um novo recorde. Isso reflete como as finanças pessoais se tornaram um assunto cotidiano e de interesse para marcas, instituições e criadores. Foram registrados 803 influenciadores, 1.750 perfis e 287,8 milhões de seguidores, gerando 432,7 mil publicações. A produção total cresceu, e o engajamento geral aumentou em 11%. Contudo, a média de interações por post caiu 8,3%.

A nova edição também acompanha a evolução dos influenciadores ao longo dos últimos cinco anos, mostrando as mudanças no comportamento do público e nas linguagens utilizadas. Amanda Brum enfatiza que o Finfluence demonstra um interesse crescente por finanças no Brasil. O público não só consome mais conteúdo, como está mais exigente e participativo.

Redes avançam em ritmos distintos, com YouTube na liderança

Cada rede social apresenta sua própria dinâmica. O YouTube se destacou com aumento no número de vídeos, seguidores e manteve o maior engajamento por publicação, com um crescimento de 7,6%. No Instagram, apesar da alta audiência, o engajamento médio caiu 33,9%. As interações diminuíram, mesmo com um aumento nas postagens sobre economia e política.

O X retomou o crescimento na produção de conteúdo após restrições no segundo semestre de 2024, embora a base de seguidores tenha estagnado. O Facebook, por outro lado, ganhou destaque com páginas corporativas que impulsionaram o volume de postagens.

Amanda Brum observa que cada rede social molda o tipo de conteúdo e interação. Os influenciadores precisam de estratégias mais refinadas do que no passado, considerando as particularidades de cada plataforma.

Ecossistema cresce e especialização se intensifica

O mercado de finfluencers continua em crescimento. O número de influenciadores ativos subiu para 803, representando um aumento de 8,4% em relação aos 741 do semestre anterior. Entre os novos perfis, 44% atuam no nicho de criptomoedas, enquanto 13% focam em trade. A maior parte da base é composta por pessoas físicas: 71% homens, 6% mulheres e 24% organizações.

Brum ressalta que essa especialização crescente reflete a maturidade do ecossistema. Com nichos robustos e uma audiência mais sofisticada, as publicações se espalharam por toda a semana, com destaque para os aumentos nas quintas-feiras.

Em produtos, os fundos ganham força

Apesar de uma leve queda nas menções e interações relacionadas a produtos financeiros, mais influenciadores começaram a discutir esse assunto. As menções à renda fixa subiram 100,2%, mas o engajamento médio caiu 73,1%. A renda variável ainda se mantém na frente, com 82,2% das menções.

Os fundos de investimento tornaram-se o produto mais engajante, com uma média de 12 mil interações por postagem, impulsionados por campanhas de educação financeira. Em contrapartida, as ações registraram uma forte queda em menções, com uma retração de 68%.

Amanda Brum comenta que as mudanças nas interações mostram que os investidores estão ajustando suas escolhas, buscando opções que combinem retorno com gestão profissional e clareza de propósito, refletido no avanço dos fundos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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