Arthur Hayes atribui queda do Bitcoin à liquidez em dólar
Arthur Hayes, um analista de mercado bem conhecido e ex-CEO da corretora de criptomoedas BitMEX, está explicando a recente queda do preço do Bitcoin. Para ele, o que está puxando o valor para baixo é a redução da liquidez em dólares, e não fatores como suporte do governo ou a saída de investidores institucionais.
Na segunda-feira, Hayes comentou que o Bitcoin é como um termômetro para a liquidez global em moeda fiduciária. Ele destaca que o ativo é negociado com base nas expectativas sobre a oferta futura de dinheiro. Na manhã de terça-feira, o Bitcoin caiu para menos de US$ 90.000, marcando o menor preço em sete meses, um dia após perder todos os ganhos acumulados em 2025. Para Hayes, isso sugere que um “evento de crédito está se formando”.
Ele observa que, enquanto o Bitcoin despencava, os índices das ações S&P 500 e Nasdaq 100 ainda estavam perto de seus picos históricos. Se essas ações sofrerem uma correção, é possível que o governo dos EUA decida imprimir mais dólares. Hayes acredita que esse aumento de liquidez poderia fazer com que o Bitcoin saltasse para um preço entre US$ 200.000 e US$ 250.000 até o final do ano, desde que os mercados voláteis enfrentem uma grande queda.
Desde abril, o preço do Bitcoin tinha subido, apesar da diminuição na liquidez do dólar. Hayes acredita que isso se deu por causa das compras institucionais, que geraram um fluxo significativo em ETFs, além da “retórica favorável à liquidez” da administração Trump. Contudo, ele nota que os ETFs enfrentaram saídas robustas nos últimos meses. Por exemplo, o ETF Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, um dos principais do mercado, registrou uma saída impressionante de US$ 463 milhões em um único dia.
Hayes aponta que boa parte dos detentores desse ETF são fundos de hedge e empresas de investimento, como o Goldman Sachs. Esses investidores utilizam uma estratégia conhecida como “operação de base”, onde compram um ativo, como o ETF de Bitcoin, e fazem operações contrárias em contratos futuros. O lucro vem da redução na diferença de preço entre o ativo e o contrato futuro.
Ele explica que esses grandes detentores do IBIT não compram Bitcoin diretamente; na verdade, suas ações não refletem uma paixão pelo ativo, mas sim uma estratégia financeira específica. Com a recente queda do Bitcoin, essa “base” das operações está diminuindo, levando a menos compras no ETF, o que torna as transações menos lucrativas.
Hayes sugere que os investidores de varejo estão interpretando isso de forma errada, acreditando que as ações dos investidores institucionais representam uma falta de fé no Bitcoin. Essa percepção pode criar um círculo vicioso: se os investidores de varejo vendem, a pressão sobre o ETF aumenta, o que por sua vez leva mais instituições a venderem. Esse fenômeno pode impactar todo o mercado, tornando o cenário ainda mais volátil.





