Avanços na reserva de Bitcoin no Brasil após audiência no Congresso
A Reserva Soberana de Bitcoin no Brasil teve sua primeira audiência pública nesta quarta-feira (20). O encontro contou com a presença de políticos e representantes do setor, todos interessados em discutir o papel do bitcoin no futuro do Brasil, um assunto que promete trazer novas perspectivas para o maior país da América Latina.
A audiência começou com Diego Kolling, que é Head de Estratégia de Bitcoin do Méliuz. Ele falou sobre a segurança do bitcoin e fez uma comparação interessante: a adoção da moeda digital lembraria o momento em que a pólvora foi incorporada pelos países como forma de defesa. Essa comparação ressalta como a inovação pode ser crucial para a segurança nacional.
Kolling também destacou que a rede bitcoin é livre de censura, o que a torna atraente para muitos países. A ideia de que o Brasil possa adotar essa tecnologia é bastante empolgante.
O apoio à Reserva Soberana de Bitcoin
Eros Biondini, autor da proposta que cria a Reserva Estratégica e Soberana de Bitcoin, também esteve presente e expressou sua felicidade ao ver seu projeto ganhar destaque. Durante sua fala na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados, ele agradeceu o apoio recebido e ressaltou que o Brasil está, finalmente, na vanguarda dessa discussão.
Biondini lembrou que sua proposta foi apresentada em novembro e que, se tivesse sido aprovada antes, o país já teria lucrado bilhões. Ele pontuou ainda que seu projeto foca especificamente no bitcoin, excluindo outras criptomoedas, devido às características sólidas e seguras que a moeda possui.
A análise técnica do Ministério da Fazenda
Daniel Leal, do Ministério da Fazenda, foi outro a participar da audiência. Ele sublinhou a importância de analisar com rigor as propostas relacionadas ao bitcoin. A sua fala trouxe um tom cauteloso, reconhecendo a necessidade de inovação, mas alertando para a responsabilidade em preservar a estabilidade econômica do Brasil.
Leal mencionou que o projeto propõe um teto de 5% do tesouro nacional em bitcoin, mas sublinhou que é vital considerar a função principal das reservas internacionais: garantir liquidez e segurança em momentos de crise. Ele lembrou que, embora o bitcoin possa parecer uma oportunidade interessante de diversificação, sua volatilidade e riscos associados o tornam uma opção incerta.
Considerações do Banco Central do Brasil
Luis Guilherme Siciliano, do Banco Central, também apresentou sua perspectiva. Ele destacou que, atualmente, a legislação brasileira não permite reservas em bitcoin. Siciliano explicou que, segundo o FMI, o bitcoin não é considerado um ativo financeiro seguro e, assim, não se encaixa nas reservas que visam proteger a economia do país, especialmente em tempos de crise.
Ele alertou que, ao se destinar uma parte da reserva nacional ao bitcoin, o risco da carteira aumentaria. Essa visão traz à tona a necessidade de prudência ao considerar inovações financeiras.
Defesa da importância do estudo sobre bitcoin
Outra voz que se destacou na audiência foi a de Pedro Guerra, chefe de Gabinete do MDIC. Ele falou sobre como o cenário econômico atual, marcado pela inflação, torna a discussão sobre o bitcoin ainda mais relevante. Guerra acredita que é hora dos estados olharem para essa moeda digital com atenção e que a adoção do bitcoin poderia revolucionar as finanças públicas.
Para ele, o Brasil tem a chance de se posicionar como um líder nesse campo, ajustando os incentivos da economia para um futuro mais estável e inovador.
Próximos passos para a aprovação do projeto
Com o fim da audiência, o material discutido deve contribuir para o avanço do projeto. A proposta passará por análises e, se aprovada pela comissão, seguirá para o plenário da Câmara dos Deputados. Depois disso, o caminho levará ao Senado e, eventualmente, ao presidente da República.
Essa audiência pública revelou a complexidade e a importância da discussão em torno do bitcoin e das suas potenciais aplicações no Brasil, abrindo espaço para diálogos futuros sobre a moeda. O debate continua, e a curiosidade em torno do tema só tende a crescer.