Baleia que segurou 80.000 bitcoins pode ser um hacker
Uma movimentação surpreendente do mercado chamou a atenção nesta sexta-feira (4): uma baleia transferiu 80.000 bitcoins que estavam parados desde 2011. Esses bitcoins, aparentemente, vêm de mineração e, embora não tenham sido enviados para corretoras, a transação gerou certo alvoroço entre os investidores. Como resultado, o preço do Bitcoin teve uma leve queda de 1,8% nas últimas 24 horas.
Nas redes sociais, a comunidade está em polvorosa tentando desvendar quem pode estar por trás dessa movimentação. Várias suposições surgiram, com listas de possíveis candidatos que poderiam ter acesso a uma fortuna desse tamanho.
Poucos bilionários do setor são tão ricos e quase todos enriqueceram com outros negócios
De acordo com dados da Forbes, atualmente, há menos de 20 bilionários no mundo das criptomoedas. Mas muitos deles não são candidatos prováveis para esse mistério, já que fizeram suas fortunas em outros setores.
Com mais de US$ 8,6 bilhões (R$ 47 bilhões), aparecem figuras como Paolo Ardoino, CEO da Tether, Jean-Louis van der Velde, co-fundador da Bitfinex, e Michael Saylor, fundador da Strategy. Outros nomes incluem Brian Armstrong, da Coinbase, e Changpeng Zhao, da Binance.
Figuras próximas a essa lista, como Justin Sun e Chris Larsen, também não se encaixam, já que eles se destacaram em empreendimentos distintos, não diretamente relacionados ao Bitcoin. A única exceção são os gêmeos do Facebook, Cameron e Tyler Winklevoss, mas rumores indicam que eles adquiriram mais de 100.000 bitcoins entre 2012 e 2013, o que também os exclui da lista de suspeitos.
Roger Ver é um dos principais suspeitos
Com esse cenário, a comunidade começou a olhar para figuras menos tradicionais. Um nome mencionado é o de Roger Ver, conhecido como o “Jesus do Bitcoin”. Em 2024, ele foi preso na Espanha sob acusação de sonegação de impostos sobre cerca de 131.000 bitcoins.
Roger Ver participou da criação do Bitcoin Cash e, segundo ele, possui uma fortuna considerável em Bitcoin. Atualmente em liberdade, isso levanta a suspeita de que ele possa estar por trás dessa movimentação. O analista Sani comentou que 70.000 BTC foram movimentados e mencionou um endereço que ainda contém 10.009 BTC, sugerindo que essa reviravolta pode ter muitos desdobramentos.
Um hacker misterioso também está na lista de suspeitos
Outro nome que ganhou destaque é o do hacker conhecido como Gummo. Em uma entrevista de 2022, ele afirmou ter R$ 35 bilhões em Bitcoin (cerca de 176.000 BTC) que teriam sido obtidos por mineração. Embora não haja provas definitivas de que ele mantenha essa fortuna, sua história se alinha com o perfil das carteiras que foram movimentadas recentemente.
Ele comentou que, após conseguir um investimento para minerar a criptomoeda, acumulou quase 80.000 bitcoins em um período relativamente curto. Mesmo após três anos, Gummo insiste que ainda possui uma grande quantidade de bitcoins. Apesar de suas afirmações, a comunidade se mostra cética, pois até então ele é uma figura desconhecida na cena cripto.
Desenvolvedores e o ‘cara da pizza’ também estão na mira
É possível que a movimentação dos bitcoins esteja relacionada a algum dos primeiros desenvolvedores do Bitcoin, que decidiu manter seus ativos parados por anos. Um candidato notável é Laszlo Hanyecz, que ficou famoso por usar 10.000 bitcoins para comprar duas pizzas em 2010. Ele foi instrumental na introdução da mineração por placas de vídeo, e seu envolvimento no início do Bitcoin pode explicar a origem dessas moedas.
No passado, o próprio Satoshi Nakamoto expressou preocupações sobre a centralização da mineração por ser um fenômeno recente. Isso sugere que a identidade por trás dessas transações pode ser de um minerador das antigas, independentemente de terem nomes conhecidos ou não.
O mistério continua, e a movimentação desses 80.000 bitcoins permanece um assunto quente, com a comunidade alertando-se para novas descobertas.