Notícias

Banco Central da Argentina considera liberar operações com criptomoedas

O Banco Central da Argentina está pensando em abrir as portas para que bancos tradicionais possam negociar criptomoedas. Fontes do jornal local La Nacion revelaram que uma regulamentação está sendo elaborada, embora ainda não se tenha uma data específica para sua apresentação.

Uma corretora de criptomoedas que atua na Argentina acredita que essa medida pode ser aprovada até abril de 2026. Esse assunto ganhou destaque no país após a vitória de Javier Milei em 2023, um defensor fervoroso das moedas digitais. A verdade é que a Argentina é um dos maiores usuários de criptomoedas na América Latina, em grande parte devido à crise econômica que se arrasta. Para muitos argentinos, ativos virtuais se tornam uma forma de se proteger da inflação e da instabilidade da moeda local.

Os especialistas estão otimistas de que, se os bancos puderem trabalhar com criptomoedas, isso pode aumentar ainda mais sua aceitação. No entanto, o efeito real vai depender de como essa regulamentação será elaborada. Manuel Ferrari, presidente da organização sem fins lucrativos Bitcoin Argentina, comentou que o sistema bancário do país tem uma longa história de regulações rígidas. Assim, a forma como essa nova abertura vai acontecer, se de forma moderna e flexível ou seguindo limitações antigas, pode fazer toda a diferença.

Uma nova era de adoção

Se bancos como Galicia, Santander ou Nación começarem a oferecer acesso fácil a bitcoin e stablecoins, poderemos ver um crescimento significativo na adoção dessas tecnologias financeiras. Muitas pessoas que ainda não se aventuraram nas criptomoedas poderiam dar o primeiro passo em um ambiente mais familiar e seguro.

Representantes de exchanges de criptomoedas também estão animados com essa possibilidade regulatória. Julián Colombo, da Bitso para a América do Sul, afirmou que isso poderia incentivar um número muito maior de pessoas a investir em criptoativos, já que a facilidade e a segurança de fazê-lo por meio dos bancos serão um grande atrativo.

Do lado dos bancos, a receptividade à ideia é positiva. Um representante de um grande banco privado explicou que não vê os produtos cripto como concorrentes, mas sim como complementares e necessários para a evolução do sistema bancário. Ele ainda destacou que vários países estão caminhando em direção a uma convergência entre o setor financeiro tradicional e o mundo cripto, e que algo similar deverá ocorrer na Argentina.

Além disso, o contato com o Banco Central da Argentina já está fluindo para facilitar a compra, venda, custódia de criptomoedas e a tokenização de ativos. Vale lembrar que, no passado, alguns bancos já fizeram tentativas de trabalhar com criptomoedas. Há três anos, o Banco Galicia lançou um programa temporário que permitia a compra de ativos como Bitcoin e Ethereum, embora essas iniciativas tenham sido bastante básicas.

Os especialistas alertam que, caso os bancos voltem a operar com criptomoedas, é possível que as soluções tecnológicas utilizadas sejam ultrapassadas, em comparação com o que já está disponível no ecossistema cripto atual.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo