O Banco Central do Brasil emitiu, pela segunda vez em menos de dois meses, um alerta sobre o risco de ataques ao sistema financeiro. O aviso mais recente, divulgado no dia 18, se refere a uma movimentação estranha no mercado relacionada à procura de operadores da stablecoin Tether (USDT).
A informação veio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que recebeu o alerta no domingo. Segundo a federação, essa movimentação pode indicar a preparação para um ataque contra participantes do sistema de pagamentos do país. Curiosamente, o Banco Central ainda não se manifestou publicamente sobre o ocorrido, e a notícia foi inicialmente divulgada pela Reuters.
A Febraban rapidamente informou aos bancos associados sobre a necessidade de estar em alerta e de adotar medidas de segurança. Essa comunicação foi feita através dos Comitês de Prevenção a Fraudes e de Segurança Cibernética, ressaltando a importância de prevenir esse tipo de incidente.
Em julho, um ataque cibernético afetou os sistemas da C&M Software, que fornece serviços tecnológicos para instituições financeiras. O ataque resultou no bloqueio do acesso de várias entidades às infraestruturas operadas por essa empresa. De acordo com as autoridades, pelo menos seis bancos foram impactados, e houve perdas superiores a R$ 500 milhões para uma das empresas de pagamentos mais prejudicadas na situação.
Naquela ocasião, a BMP, a empresa mencionada, confirmou que os hackers tentaram usar parte do dinheiro desviado para comprar USDT. Graças à rápida ação da plataforma onde a transação estava sendo feita, a tentativa foi frustrada, e os valores foram recuperados. Esses hackers, assim como em outros casos, tentaram converter os valores roubados em criptomoedas, incluindo Bitcoin e Tether. O CEO da SmartPay, Rocelo Lopes, inclusive comentou que seu time já havia identificado movimentações suspeitas de ambas as criptomoedas durante a madrugada do 30 de junho.
Esses fatos nos mostram como o mercado financeiro está em constante evolução e como medidas de segurança são fundamentais para proteger tanto as instituições quanto os cidadãos que utilizam esses serviços.
