Bee4 cria “Shark Tank” tokenizado para pequenas empresas na bolsa
A BEE4, a primeira depositária digital do Brasil, lançou o Rota Fácil, um programa super inovador que mistura regras regulatórias, tokenização e o clima de reality show para ajudar pequenas e médias empresas (PMEs) a acessarem o mercado de capitais. O anúncio foi feito na última quarta-feira, dia 27, e o objetivo é tornar o financiamento estruturado mais acessível, algo que antes era quase exclusivo das grandes companhias.
O programa se assemelha a uma versão tokenizada do “Shark Tank”. Nele, empresas de diversos setores vão passar por um processo competitivo em várias etapas. Ao final, dez delas serão escolhidas para receber apoio jurídico, auditorias, consultoria especializada e também para cobrir as taxas necessárias para se tornarem companhias abertas, prontas para captar recursos de investidores.
Democratização do mercado de capitais
Um dos pontos altos do Rota Fácil é que ele promete abrir as portas da bolsa para empresas que faturam entre R$ 10 milhões e R$ 500 milhões por ano. Antes, era praticamente impossível para uma PME acessar esse mercado, devido ao alto custo e à complexidade das regras.
Com a nova regulamentação, as empresas que se listarem na BEE4 vão receber automaticamente o registro de companhia aberta na CVM, podendo emitir ações e títulos de dívida. Na categoria B, poderão emitir apenas dívida corporativa, como debêntures e notas comerciais. Como destacou a equipe da BEE4 durante o lançamento, essa mudança é um marco importante, que efetivamente democratiza o mercado de capitais para o pequeno e médio empresário.
A fase final do programa vai contar com um formato de reality show, transmitido ao vivo pelo YouTube. Quinze empresas irão fazer pitches para uma banca de jurados que inclui empresários renomados e especialistas de finanças e inovação, com o objetivo de escolher as dez vencedoras que receberão um pacote de benefícios.
O que as vencedoras ganham
As dez empresas escolhidas não saem de mãos vazias. Elas terão um prêmio que deve ser usado na preparação para a listagem. Dentre os benefícios, destacam-se:
- Assessoria jurídica especializada por grandes escritórios como Machado Meyer e Madrona.
- Auditoria independente das demonstrações financeiras, feita por empresas como a Ventilí.
- Apoio contínuo da equipe da BEE4 durante todo o processo de registro e listagem.
- Custeio das taxas da CVM, que são necessárias para confirmar o status de companhia aberta.
Com tudo isso, a expectativa é que, ao final, cada vencedora esteja auditada, registrada e pronta para acessar o mercado de capitais de forma descomplicada e em conformidade com a legislação brasileira.
Blockchain no centro da operação
A BEE4 também se destaca pelo uso da tecnologia blockchain para registrar a titularidade e as negociações de ações e títulos de dívida emitidos em seu ambiente. Isso traz segurança, transparência e eficiência. Informações são acessadas direto na rede, facilitando a conciliação automática com os livros contábeis.
“Fomos a primeira depositária digital do Brasil”, comentou a equipe. “O processo é híbrido, oferecendo tanto formatos tradicionais quanto a integração direta na rede, o que proporciona flexibilidade e aumenta a eficiência.”
Etapas do programa
O Rota Fácil é dividido em quatro fases:
Inscrição (gratuita): As empresas preenchem um formulário e recebem um diagnóstico de maturidade. Se não atingirem um desempenho mínimo, ficam de fora, mas recebem dicas para futuras edições.
Validação documental: As empresas classificadas precisam comprovar suas informações. Aqueles que não cumprirem o prazo ou tiverem inconsistências são eliminados.
Entrevistas com banca técnica: Provedores estratégicos, como escritórios jurídicos e auditores, analisam documentos adicionais e realizam entrevistas para avaliar a governança. Somente as 15 melhores passam para a próxima fase.
Reality show final: Nas apresentações, as 15 finalistas fazem pitches para a banca de mercado, que escolherá dez vencedoras para receber o pacote completo de apoio.
Preparação para o futuro
Apesar de o cenário atual favorecer as emissões de dívida corporativa, a BEE4 destaca que o programa prepara as empresas para o mercado acionário. Muitas companhias perderam oportunidades de IPO no passado por não estarem preparadas. O Rota Fácil busca mudar isso, garantindo que as empresas estejam em posição ideal quando o mercado abrir novamente para novas ofertas.
Rodrigo Almeida, um dos executivos do projeto, explicou que “o programa é uma rota a longo prazo”. Ele visa mais do que simplificar o acesso; quer estruturar as companhias para que possam aproveitar oportunidades de IPO ou fusões no futuro.
O Rota Fácil não se limita apenas a São Paulo. A ideia é expandir para outras regiões, como o interior paulista, o Centro-Oeste e o Nordeste. A BEE4 percebeu que há um ecossistema vibrante de PMEs no Brasil, com empresários qualificados e bons negócios que historicamente não tinham acesso ao mercado de capitais.
Mais informações sobre como se inscrever, as etapas do programa e os critérios de avaliação estão disponíveis na página oficial da Rota Fácil BEE4, onde é possível se inscrever gratuitamente. A criação do programa veio após um intenso trabalho em parceria com a CVM, visando simplificar o acesso das PMEs ao mercado de capitais. Com essa nova regulamentação, milhares de companhias poderão participar ativamente do mercado, crescendo e se expandindo junto com ele.