Os governos ainda estão se acostumando com a ideia de tributar o Bitcoin. Para Bill Miller IV, diretor de investimentos da Miller Value Partners, isso nem faz muito sentido. Em conversa com Natalie Brunell no podcast Coin Stories, ele refletiu sobre a administração dos direitos de propriedade e como isso se relaciona com o BTC.
Miller, que sempre defendeu o Bitcoin, explicou que esse ativo não precisa do apoio do governo para estabelecer e manter os direitos de propriedade. Ao contrário de bens tradicionais, como imóveis, que exigem registro e impostos para confirmar quem é o dono, o Bitcoin opera de maneira independente. “Quando você compra ou vende uma casa, todos aqueles impostos estão ali para controlar a posse. No entanto, com o Bitcoin, o governo não é necessário”, disse ele.
Ele destacou que o blockchain, a tecnologia por trás do Bitcoin, realiza esse trabalho automaticamente. Não é à toa que ele acredita que a cobrança de impostos sobre o Bitcoin deveria ser repensada. Durante a conversa, Miller também mencionou rumores sobre Eric Trump, filho do ex-presidente americano, que teria sugerido eliminar tributos sobre certos criptoativos. Para Miller, é algo interessante, mas a incerteza sobre a regulamentação ainda deixa todos em dúvida.
### O Blockchain e a Propriedade
O blockchain facilita o registro da propriedade de forma eficiente. Não precisa do governo para funcionar. Miller enfatizou que foi a própria tecnologia que tornou o Bitcoin possível, e essa autonomia é uma grande diferença em relação aos bens tradicionais. Isso se traduz em um cenário onde o imposto sobre ganhos de capital, por exemplo, poderia não se aplicar a essa criptomoeda.
Quando questionado sobre a possibilidade de impostos sobre o Bitcoin, como acontece com as propriedades nos Estados Unidos, ele não tem certeza. No entanto, argumenta que há razões válidas para que isso não aconteça.
### Desafios para Gestores de Ativos
Apesar da popularidade crescente das criptomoedas, os gestores de ativos ainda enfrentam desafios significativos na hora de adquirir Bitcoin, e a confusão sobre tributação é um dos principais entraves. Miller comentou que, mesmo entre profissionais, existem barreiras que dificultam esse processo. “As regras de tributação são complicadas. Pode ser um problema se comprarmos ETFs e os vendermos na hora errada”, explicou ele.
Por isso, ele acredita que ainda é cedo para uma aceitação completa do Bitcoin no mercado financeiro tradicional. O entendimento sobre impostos e sua regulamentação precisa avançar para que os gestores possam operar com mais liberdade.
Bill Miller IV, filho do renomado investidor Bill Miller III, não é só um defensor do Bitcoin, mas também possui uma parte significativa de seu patrimônio investida nele. Essa confiança no ativo reflete uma mudança de mentalidade com a qual muitos ainda estão se familiarizando, mas que promete transformar o cenário financeiro.
