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Binance atinge zona de compra rara para Bitcoin, mas riscos existem

A proporção entre Bitcoin e stablecoin na Binance está se aproximando de um ponto que é bastante raro, algo que pode indicar mudanças interessantes no mercado. Essa proporção é uma métrica importante, pois compara o saldo das reservas de Bitcoin em relação às reservas de stablecoins na exchange. Atualmente, está próxima da paridade em 1, um nível que não era visto desde março. Naquele mês, o Bitcoin caiu para cerca de US$ 78.000, antes de dar um salto para sua máxima histórica de US$ 123.000.

Esse cenário chama a atenção, especialmente porque, segundo dados da CryptoQuant, esse tipo de configuração só ocorreu duas vezes desde a última grande queda do mercado. Em ciclos passados, normalmente essa proporção se aproximava no final dos mercados em baixa, o que levanta a dúvida se o comportamento atual é um sinal de compra ou se pode ser apenas um alerta para uma correção mais longa.

Por outro lado, as reservas de stablecoins da Binance, que são do tipo ERC-20, atingiram um patamar recorde de US$ 37,8 bilhões. Isso mostra que há um fluxo constante de recursos e que a liquidez na plataforma é robusta. Os investidores da Binance parecem não estar excessivamente expostos ao Bitcoin, o que sugere que há capital esperando por oportunidades.

Além disso, o analista Axel Adler Jr. enfatiza que o mercado ainda está passando por um processo de “reparo”. Atualmente, o preço do Bitcoin gira em torno de US$ 110.700, o que é apenas um pouco acima do valor que os detentores de curto prazo investiram, cerca de US$ 107.600. Essa faixa é vista como um suporte importante.

Os dados mostram que os indicadores estão mantendo sua estrutura. O preço realizado geral está em US$ 52.800, enquanto o dos detentores de longo prazo é de US$ 35.600. O índice de lucro/prejuízo não realizado líquido (NUPL) está em 0,53, sugerindo que, apesar de algumas pessoas estarem obtendo lucros, ainda não estamos em um momento de euforia no mercado.

Em outras palavras, os prazos mais longos parecem positivos, mas a possibilidade de realização de lucros pode levar a uma fase de consolidação mais prolongada. A questão que fica é se a proporção da Binance irá marcar uma virada ou se indicará uma instabilidade maior. Isso vai depender de como o Bitcoin conseguirá manter seus suportes essenciais.

SMA de 50 semanas do Bitcoin ainda define o risco de mercado de baixa

Outro fator crucial a ser monitorado é a média móvel simples (SMA) de 50 semanas do Bitcoin, que tem sido um sinalizador de ciclos desde 2018. Historicamente, sempre que o Bitcoin fecha uma vela semanal abaixo dessa média, surgem correções significativas. Por exemplo, em 2018 e 2022, as quedas foram de 63% e 67%, respectivamente. A única exceção foi em 2020, durante a rápida recuperação após a queda provocada pela pandemia.

Desde março de 2023, o Bitcoin conseguiu se manter acima da SMA de 50 semanas. Em agosto de 2024 e março de 2025, ele passou por testes importantes, mas não fechou abaixo dessa média. Se ocorrer uma queda para a faixa entre US$ 90.000 e US$ 95.000, isso poderia empurrar o Bitcoin abaixo da média pela primeira vez neste ciclo.

Esse movimento representaria um sinal técnico claro de um mercado em baixa, o que aumentaria a pressão sobre a consolidação atual: será que ela se resolverá em alta ou deslizará para uma correção mais acentuada? A próxima fase do Bitcoin é um ponto que muitos estão acompanhando de perto.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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