Binance colabora com a PF para congelar R$ 22 milhões em cripto
A Polícia Federal deu início, nesta quarta-feira (24/9), à Operação Lusocoin. O objetivo da ação é desmantelar uma organização que, segundo investigações, usava criptoativos para lavar dinheiro e evadir divisas. Para isso, a operação contou com a ajuda da Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo.
O grupo em questão, que opera principalmente de forma remota a partir de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é suspeito de ter movimentado cerca de R$ 50 bilhões em dinheiro ilícito. A magnitude das operações chama a atenção e levanta preocupações sobre a utilização das criptomoedas em atividades ilegais.
As medidas tomadas pela Polícia Federal incluem o bloqueio de contas bancárias de 65 pessoas físicas e jurídicas. Além disso, foram apreendidos seis veículos e seis imóveis, e cerca de 30 carteiras digitais foram congeladas, assim como ativos em corretoras. Estima-se que os valores envolvidos nessas ações ultrapassem os R$ 3 bilhões.
Lavagem de dinheiro com criptoativos
Os policiais cumpriram as ordens judiciais em várias cidades, como Pelotas (RS), Florianópolis (SC), São José (SC) e Dourados (MS). Todas as ordens foram emitidas pela 2ª Vara da Justiça Federal em Santa Maria (RS). As investigações revelam que a organização teve suas raízes em Pelotas, e durante a pandemia, expandiu suas atividades para Santa Catarina.
O esquema de lavagem de dinheiro relacionado a criptoativos se mostrava bastante diversificado, envolvendo várias atividades criminosas. Isso inclui desde tráfico de drogas e contrabando até financiamento do terrorismo. A amplitude do crime deixa evidente a utilização das criptomoedas como um meio de realização de transações ilícitas.
Apoio internacional e congelamento de criptoativos
A operação contou com o suporte de entidades internacionais, como a T3 FCU via TRM Labs e a própria exchange Binance, que ajudaram a congelar carteiras digitais ligadas à organização. Até o momento, a Polícia Federal conseguiu indisponibilizar mais de 4,3 milhões de USDT, o que representa aproximadamente R$ 22,5 milhões em criptoativos.
Os investigadores notaram que a organização utilizava uma estrutura financeira e tecnológica complexa, com várias ramificações que se estendiam internacionalmente. Isso demonstra a necessidade de um olhar mais atento às atividades envolvendo criptomoedas, principalmente no que diz respeito à prevenção do uso dessas tecnologias em esquemas criminosos.





