Notícias

Bitcoin cai para US$ 91 mil, menor valor em 6 meses

O Bitcoin e outras criptomoedas importantes tiveram uma noite difícil na última segunda-feira, perdendo valor em meio a uma tendência geral de queda nos ativos de risco. Isso aconteceu porque investidores estão preocupados com algumas incertezas econômicas, especialmente sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e os gastos altos de grandes empresas de tecnologia com inteligência artificial.

Na manhã de terça-feira (18), o Bitcoin estava sendo negociado a US$ 91.190, uma queda de 4,6% nas últimas 24 horas, atingindo seu menor nível desde o final de abril. Em reais, isso significa que o BTC caiu para cerca de R$ 486 mil, abaixo da marca de R$ 500 mil. Nos últimos 14 dias, a maior criptomoeda do mundo viu seu valor despencar mais de 14%, eliminando todos os ganhos registrados em 2025.

O que está causando a queda do Bitcoin?

Juan Leon, estrategista da Bitwise, comentando a situação, explicou que essa correção nos ativos digitais é um reflexo de uma movimentação mais ampla para evitar riscos. Ele destaca que estamos testemunhando uma “recalibração” nas expectativas de liquidez do mercado, principalmente por causa da menor probabilidade de um corte nas taxas de juros em dezembro. O clima de apreensão é intensificado por uma onda de aversão ao risco, especialmente após as correções no setor de inteligência artificial, que têm afetado todos os ativos de risco.

Os investidores estão apreensivos com a inflação, a guerra comercial entre os EUA e a falta de dados claros sobre emprego e inflação em outubro. Além disso, a desaceleração da economia americana tem abalado o mercado, jogando dúvidas sobre como isso poderá influenciar futuros cortes nas taxas de juros.

Na última segunda-feira, muitos também estavam refletindo sobre os grandes investimentos de empresas como Google e Microsoft em projetos de inteligência artificial, que poderiam impactar seus resultados financeiros a curto prazo.

O Ethereum, que é a segunda maior criptomoeda, estava sendo negociado a cerca de US$ 3.053, com uma queda de 4,3% no dia. Em um determinado momento, o Ethereum chegou a US$ 2.960, seu menor patamar em quatro meses. Outras criptomoedas, como Solana e Dogecoin, também enfrentaram recuos, com desvalorizações de 3%, enquanto o XRP caiu 4,1%.

Mercado de ações também em queda

Os índices Nasdaq e S&P 500, que incluem principalmente questões de tecnologia, fecharam em baixa de cerca de 1%, prolongando uma sequência de quedas recentes. As ações de empresas ligadas às criptomoedas também não escaparam, com a Coinbase caindo mais de 7%.

Nas últimas 24 horas, os investidores liquidaram mais de US$ 900 milhões em posições, sendo mais de US$ 550 milhões em posições compradas. Maja Vujinovic, CEO da tesouraria Ethereum FG Nexus, explicou que algumas “baleias” e mineradores venderam suas posições durante momentos de alta. Quando o preço rompeu níveis críticos, as liquidações nas posições alavancadas começaram a acelerar a queda.

Apesar do clima de incerteza, Stephane Ouellette, CEO da FRNT Financial, adotou um tom mais otimista. Ele acredita que o Bitcoin está “próximo da linha de tendência de alta” iniciada no rali de outubro de 2024. Para ele, essa correção é parte do “curso normal” do mercado. “É comum vermos quedas bruscas seguidas de rápidas recuperações, como já observamos em outros momentos no universo cripto”, afirmou.

No fundo, a sensação é de que estamos ainda na metade do ciclo de mercado, e que os níveis extremos de preço que poderíamos ver em 2017 e 2021 ainda não apareceram.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo