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Bitcoin: especialistas alertam para possível queda abaixo de US$ 100.000

Há cerca de um mês, os apaixonados por Bitcoin estavam em festa nas redes sociais, celebrando a nova máxima histórica do ativo, que passou dos US$ 126.000. Muitos acreditavam que o famoso “Uptober” seria o marco de um rali empolgante, atraindo tanto investidores institucionais quanto aqueles do varejo. Mas, ao contrário das expectativas, o Bitcoin sofreu uma queda de 3,69% em outubro, marcando seu primeiro outubro negativo em sete anos. Essa foi apenas a terceira vez em que o ativo teve perdas mensais nesse período desde 2013.

O cenário atual tem ecoado comparações com o que ocorreu em 2018. Naquele ano, o Bitcoin também caiu em outubro, e em novembro seu preço despencou impiedosamente, resultando em uma das maiores quedas mensais já registradas.

Hoje, o clima é de pessimismo. Usuários em redes como o X estão compartilhando prints de suas carteiras mostrando grandes perdas. Muitas pessoas estão até cogitando deixar o mercado ou redirecionar seus investimentos para ações e ouro. Claro, não faltam postagens irônicas, já que o Bitcoin, em sua trajetória, passou por altos e baixos, com recuperações impressionantes no passado. Mas a realidade é que, após perder 20% desde seu último pico, o ativo entrou em um típico mercado de baixa, e o clima é tudo menos otimista.

Especialista profetiza nova queda do Bitcoin

O influenciador Ted Pillows fez um alerta a seus 230 mil seguidores, afirmando que o mercado de criptomoedas ainda pode cair mais. Ele foi direto: “Há um momento certo para ser otimista. Agora não é esse momento.” Enquanto isso, o Bitcoin luta para manter-se acima dos US$ 100 mil, onde tem se estabilizado desde maio. Alguns especialistas sugerem que uma volta para a faixa dos cinco dígitos é quase inevitável.

Por outro lado, muitos têm adotado uma postura bem-humorada. O analista Douglas Boneparth disse que, em dias como esses, se sente grato por sua diversificação: “Assim, posso perder dinheiro de três maneiras diferentes”.

A importância dos US$ 100 mil

Lukman Otunuga, analista sênior da FXTM, comentou que as últimas semanas foram “difíceis e turbulentas” para o Bitcoin. De acordo com ele, os vendedores estão aproveitando qualquer brecha. Desde o final de outubro, os saques acumulados dos ETFs de BTC já somam mais de US$ 1 bilhão. O otimismo que antes reinava no setor cripto parece agora uma lembrança distante.

Enquanto o ouro e o S&P 500 estão em alta, acumulando aumentos de 52% e 15% no ano, o Bitcoin avança apenas 8%. Segundo Otunuga, se o ativo cair abaixo dos US$ 95 mil, pode registrar seu primeiro ano negativo desde 2022.

Apesar desse cenário complicado, ele lembra que o Bitcoin já enfrentou liquidações severas antes e sempre encontrou forma de se recuperar. Além disso, o retorno do apetite por riscos, se acompanhado de um ambiente menos tenso e cortes nas taxas de juros, pode animar o mercado novamente. Para ele, a manutenção do suporte em US$ 100 mil será crucial. Se esse nível se romper, é provável que vejamos o ativo cair para US$ 95 mil ou até menos.

Instituições podem estar vendendo Bitcoin?

Nic Puckrin, cofundador do Coin Bureau, falou sobre a possibilidade de uma queda sustentada abaixo dos US$ 100 mil. Ele acredita que talvez já tenhamos visto o Bitcoin abaixo desse nível pela última vez e, se isso acontecer novamente, talvez a queda não dure muito. Ele ainda notou que, apesar do clima sombrio nas redes sociais, os investidores mais experientes continuam confiantes, apenas realizando lucros após um longo período em alta.

Para Puckrin, o problema não está na confiança no Bitcoin, mas sim na incerteza em relação ao futuro. Os fundos de investimento e de pensão, que geralmente adotam uma estratégia de longo prazo, tendem a manter suas posições, mesmo durante períodos de contração. No entanto, vendas pontuais podem ocorrer. Muitas das tesourarias de ativos digitais podem ser obrigadas a vender em períodos de queda, e isso é uma realidade para algumas empresas que têm obrigações financeiras a cumprir.

Se grandes volumes de Bitcoin forem vendidos, é possível que isso desencadeie liquidações rápidas, especialmente devido ao uso de alavancagem. Isso poderia deixar o mercado ainda mais instável antes de encontrar um caminho para a recuperação.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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