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Bitcoin pode se beneficiar? Juros no Japão alteram cenário

O Banco do Japão vai se reunir nos dias 18 e 19 de dezembro e o mercado já está na expectativa de uma possível alta de juros. A taxa básica pode subir de 0,5% para 0,75%, o que promete ter efeitos diretos sobre o fluxo de capital global. Nesse contexto, o impacto sobre ativos de risco, como o Bitcoin, ganha destaque.

Essa decisão japonesa chega em um momento crítico, com investidores de olho também nas movimentações do Federal Reserve e no fim de estímulos fora dos Estados Unidos.

Alta de juros no Japão pode impactar o ‘carry trade’ global

Analistas acreditam que uma elevação nas taxas japonesas pode sinalizar o fim da era do carry trade. Durante anos, investidores tomaram empréstimos em ienes, que são mais baratos, para investir em ativos mais arriscados em todo o mundo. Com juros mais altos, os ativos no Japão acabam se tornando mais atraentes, incentivando a repatriação de capital. Isso tende a fortalecer o iene e aumentar o custo do financiamento global.

Historicamente, esse cenário reduz a liquidez disponível para mercados especulativos, como as criptomoedas. Em ciclos anteriores, ajustes na taxa de juros do Banco do Japão estiveram associados a quedas significativas no preço do Bitcoin, por exemplo.

Venda de ETFs pelo BOJ pode apertar ainda mais a liquidez

Além da possível elevação das taxas, o Banco do Japão tem um fator importante em jogo. A instituição possui cerca de ¥83 trilhões em ETFs, que equivale a aproximadamente US$ 534 bilhões. Esses ativos representam uma parcela considerável do mercado japonês de ETFs, entre 7% e 8%.

Já há rumores de que o banco pode começar a vender esses papéis gradualmente a partir de janeiro de 2026. Se isso se concretizar, a liquidez que foi injetada nos últimos anos poderá começar a ser retirada. Essa movimentação pode afetar as ações japonesas e, indiretamente, diminuir o apetite global por risco.

Bitcoin tenta se firmar acima dos US$ 80 mil

Enquanto o cenário macroeconômico se ajusta, o Bitcoin busca encontrar estabilidade. Depois de uma correção forte em novembro, o preço conseguiu se manter acima da marca de US$ 80 mil. Essa faixa tem sido defendida desde o fim de 2024, mostrando que ainda existem compradores interessados.

Nos últimos dias, o BTC até ensaiou uma recuperação em direção aos US$ 88 mil. Porém, o ativo ainda está abaixo da principal resistência, que fica entre US$ 100 mil e US$ 109 mil. Sem superar essa faixa, a movimentação atual parece corretiva.

Analisando o indicador RSI, vemos que a leitura saiu da região de sobrevenda e subiu para a casa dos 40 pontos. Isso pode indicar um alívio na pressão vendedora, mas sem uma força clara de recuperação.

Se o suporte em US$ 80 mil se mantiver firme, pode haver uma nova tentativa de teste nos US$ 100 mil. Mas, se esse nível for perdido, a situação pode se complicar, com quedas potenciais para a faixa entre US$ 62 mil e US$ 71 mil.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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