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Bitcoin pode valorizar com queda do dólar e alta dos rendimentos

O dólar vem enfrentando um enfraquecimento considerável, o que traz uma nova perspectiva para o Bitcoin e outras criptomoedas. Um relatório da QCP Capital, com sede em Singapura, destacou que essa situação, juntamente com os riscos de governança e as mudanças nas taxas de juros, pode criar um cenário favorável para o investimento em criptoativos.

Desde o início do ano, o índice do dólar (DXY), que monitora o valor da moeda americana em comparação com outras moedas, perdeu cerca de 11% do seu valor. Agora, ele está em torno de 98,23. Para se ter uma ideia, essa é a maior queda desde 1973, conforme comenta Stephen Gregory, fundador da plataforma de negociação Vtrader. Ele também menciona que o aumento do valor do ouro, que alcançou US$ 3.578 no dia 3 de setembro, mostra que instituições financeiras estão se resguardando das desvantagens de um dólar desvalorizado. Essa busca por segurança no ouro pode se estender a ativos com oferta fixa, como Bitcoin e Ethereum.

Essa desvalorização do dólar ocorre em meio a um ambiente financeiro complicado, marcado por uma venda intensa de títulos. Especialistas apontam a inflação como uma das razões para o aumento nos rendimentos dos títulos a longo prazo nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Austrália e no Japão. Robin Brooks, economista da Brookings Institution, destacou que é atípico ver os rendimentos dos títulos do Tesouro de 30 anos subirem em momentos de flexibilização monetária.

Países já haviam optado por emitir dívidas a prazo curto, o que resultou em um aumento nos rendimentos dos títulos a longo prazo globalmente. Brooks observa que essa estratégia pode ter consequências no futuro. Os bancos centrais, em sua maioria, também têm preferido flexibilizar suas políticas, mantendo as taxas de juros em patamares baixos no curto prazo.

Recentemente, uma venda generalizada de títulos elevou a diferença entre os rendimentos de curto e longo prazo, inclinando a curva de juros. Isso significa que os investidores estão demandando retornos mais altos ao emprestar dinheiro por períodos mais longos. Diante dessa situação, crescem as preocupações sobre a autonomia do Federal Reserve. O ex-presidente Donald Trump pressionou o atual presidente do Fed, Jerome Powell, a cortar as taxas de juros, uma ação que poderia impactar a elevada dívida soberana dos EUA.

Segundo a QCP, os temores sobre a governança do Fed são a razão pela qual os prêmios pagos por títulos de longo prazo continuam elevados. Isso implica que uma curva de juros inclinada pode indicar expectativas de inflação altas, mas também que os investidores apostam que a economia terá um crescimento positivo. Com a inflação crescendo, ativos mais arriscados, como o Bitcoin, podem deslanchar ainda mais, configurando um momento ideal para um superciclo nas criptomoedas.

Até agora, o Bitcoin apresenta um retorno acumulado de cerca de 96% neste ano, embora tenha caído 11% em relação ao seu recorde de US$ 124.545. O ouro, por outro lado, subiu 35% em 2023 e alcançou uma alta histórica recentemente. Essas movimentações no mercado são um convite à reflexão sobre o futuro das criptomoedas e das finanças globais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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