Bitcoin recua para US$ 90 mil com mercado atento ao Fed
Os ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos continuam firmes na compra da maior criptomoeda do mercado, mesmo com o preço flutuando um pouco acima de US$ 90.000. Nesta terça-feira (9), o preço do BTC caiu 2%, ficando em US$ 90.194. Apesar da queda, ele ainda acumula alguns ganhos desde o início do mês, quando chegou a atingir uma mínima de US$ 84,6 mil no dia 2 de dezembro. No Brasil, o Bitcoin viu seu valor descer novamente abaixo de R$ 500 mil, sendo negociado a R$ 489.254.
A procura por ETFs tem ajudado a limitar quedas mais acentuadas perto do que se chama de “custo médio agregado” desses fundos, que monitora o preço médio em que os ETFs compraram Bitcoin desde fevereiro do ano passado. Em 2024, houveram duas correções que ultrapassaram os 30%, nos períodos de março a agosto e de janeiro a abril do ano seguinte, com o preço apenas se recuperando próximo a esse custo médio, segundo especialistas.
Nesse momento, uma nova tendência similar parece estar se formando. O Bitcoin, que caiu 28% desde seu pico em outubro, de US$ 126.000, está se aproximando do custo médio dos ETFs, que gira em torno de US$ 83.000. Além disso, os fluxos líquidos dos ETFs desde o início de dezembro têm sido negativos.
Atualmente, os ETFs estadunidenses possuem US$ 117,67 bilhões em Bitcoin, o que representa cerca de 6,55% da oferta total da criptomoeda. Essa demanda contínua pode atuar como um suporte relevante para o Bitcoin, mas ainda há incertezas se ela será suficiente para estancar a queda e potencialmente empurrar o preço para cima.
A próxima semana é bem crucial, pois as expectativas estão voltadas para a reunião do Fed, o banco central dos EUA, agendada para esta quarta-feira. Uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros é praticamente certa, segundo as análises recentes. O grande ponto de discussão é se essa redução será uma ação positiva ou um passo em falso, considerando que a inflação, especialmente no setor de serviços, ainda permanece acima da meta de 2% estipulada pelo banco.
Os mercados já estão precificando um corte de juros na quarta-feira, mas a expectativa é de que nenhum outro corte ocorra até junho. O especialista Mark Pilipczuk apontou que, se o Fed sinalizar a possibilidade de novos cortes antes da reunião de junho, isso pode forçar o Bitcoin a se valorizar. Thakral, CEO da BuyUCoin, reforçou que um corte mais “voltado para o crescimento” poderia aumentar a probabilidade de recuperação, ressaltando que a situação pode mudar rapidamente, caso o Fed mude seu tom para um discurso de combate mais severo à inflação.





