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Bolha se forma no bitcoin? Entenda os indícios.

O Bitcoin está no centro de um debate interessante: será que estamos prestes a ver a formação de uma grande bolha que pode fazer seu preço desabar? Para muitos analistas, a resposta é sim.

Recentemente, o valor do Bitcoin e de outras criptomoedas disparou, reacendendo a discussão sobre o que isso realmente significa. O analista e influenciador conhecido como kManuS, por exemplo, acredita que estamos vivendo um cenário que lembra momentos de grande euforia financeira no passado.

Ele aponta que essa alta não é sustentável a longo prazo. Segundo ele, o aumento no preço está sendo impulsionado por empresas que passam a incorporar criptomoedas em seus ativos. Isso, por sua vez, cria um ciclo de valorização que pode desmoronar rapidamente se haver sinais de falta de liquidez no mercado.

Um exemplo claro é a empresa Strategy, liderada por Michael Saylor. A mudança da empresa para ter uma exposição direta ao Bitcoin fez suas ações se valorizarem 30 vezes nos últimos cinco anos. Esse sucesso tem sido imitado por outras empresas, incluindo aquelas que trabalham com Ethereum (ETH) e outros tokens.

Bolhas e o Preço do Bitcoin

Hoje, cerca de 64 investidores institucionais possuem ETH como ativo de reserva, totalizando 2,5 milhões de unidades. Além disso, cerca de 200 empresas guardam mais de 1,2 milhão de Bitcoins. Isso demonstra a crescente adoção das criptomoedas no mundo corporativo, com empresas emitindo dívidas ou ações para adquirir esses ativos. Com isso, elas elevam seus próprios valores de mercado e, consequentemente, o preço de suas ações.

Ciclo de Valorização Artificial

Esse ciclo de valorização, no entanto, pode estar carregado de riscos. kManuS aponta que muitas empresas estão adquirindo companhias menores, até mesmo fora do setor de criptoativos, para então rebatizá-las e levantar capital para comprar criptomoedas. Um exemplo disso é a Tron Inc., que recentemente se chamou de SMR e agora busca aumentar sua tesouraria em TRX. A empresa solicitou autorização à SEC para emitir até US$ 1 bilhão em valores mobiliários, seguindo essa fórmula.

Mas aqui está a questão: muitos desses papéis não estão garantidos por criptomoedas. Em outras palavras, tudo depende da expectativa de que as ações vão subir. Isso pode funcionar enquanto houver liquidez, mas é um jogo arriscado.

Para kManuS, o maior perigo não é uma possível queda do Bitcoin, mas a interrupção desse ciclo de valorização. Se as ações não sobem, as empresas não conseguem emitir novos papéis nem honrar dívidas anteriores, o que pode travar todo o processo. Sem a entrada constante de capital, fica difícil sustentar o ciclo de compras que mantém os preços inflacionados.

A Bolha Pode Estourar

Outro ponto levantado por kManuS é que o movimento atual não é impulsionado, de fato, pelo investidor comum. Wall Street está liderando as compras, utilizando ETFs e dívidas corporativas para fazer suas movimentações. Embora os fundos negociados em bolsa para Bitcoin, Ethereum e Solana estejam crescendo, a emissão de dívidas ainda é mais usada como estratégia.

Ele sugere que existem duas maneiras de se beneficiar dessa dinâmica: adquirir ações dessas empresas ou comprar criptomoedas diretamente. Ele, todos com sua experiência, prefere a segunda opção, já que, segundo ele, “com a ação, você pode ganhar muito rápido, mas também pode perder 99%. Com a criptomoeda, o risco de ir a zero é muito menor.”

Terrones faz uma comparação com a bolha das pontocom, que ocorreu de 1997 a 2001, alertando que esse ciclo pode se estender por anos ou se encerrar em questão de meses. A principal variável é a liquidez global. Ou seja, “o dia em que o dinheiro parar de entrar, o circuito se quebra.”

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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