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Bolsa de Hong Kong intensifica fiscalização de empresas de cripto

A Bolsa de Valores de Hong Kong (HKEX) está mudando as regras para as empresas que tentam migrar para tesourarias cripto, conhecidas como Digital Asset Treasuries (DAT). Recentemente, pelo menos cinco solicitações dessas empresas foram colocadas sob intenso escrutínio, com a HKEX levantando dúvidas sobre se estas atendem às exigências que visam proibir grandes reservas líquidas. Isso mostra que a bolsa está buscando garantir que apenas negócios que sejam “viáveis e sustentáveis” sejam aprovados para operar nesses novos modelos.

Para as empresas que desejam se transformar em DAT, é essencial que a criptomoeda faça parte das suas atividades principais. Além disso, as regras são claras: não é permitido acumular excessivas quantidades de ativos líquidos. Essa abordagem foi comentada por Simon Hawkins, sócio da Latham & Watkins. Para ele, a chave para o sucesso na aprovação está em demonstrar que adquirir criptomoedas é fundamental para a operação do negócio.

### Empresas que Acumulam Cripto

As DATs começaram a ganhar destaque em 2020, quando Michael Saylor, CEO da MicroStrategy (que agora se chama Strategy), anunciou um novo plano de alocação de capital, que incluía a compra de Bitcoin. Desde então, em setembro de 2025, um total de 178 empresas na bolsa acumulou cerca de 989.926 Bitcoins, equivalendo a aproximadamente US$ 107 bilhões. A MicroStrategy está na liderança dessa lista.

Enquanto muitas empresas buscam acumular criptomoedas em suas tesourarias, surge a discussão se esse fenômeno realmente reflete uma maturidade institucional. Kevin de Patoul, CEO da Keyrock, destaca que a credibilidade da estratégia é mais importante do que simplesmente o volume acumulado. Para ele, entender a liderança e a compreensão do ecossistema é fundamental.

### Jurisdição Amplia Fiscalização

As novas diretrizes da HKEX acompanham a tendência de outras regiões, como a Índia e a Austrália, que também têm intensificado a fiscalização sobre as empresas relacionadas a criptomoedas. Por exemplo, a Bolsa de Bombaim rejeitou em setembro de 2025 uma proposta da Jetking Infotrain, evidenciando a falta de regulamentação específica para empresas DAT na Índia.

Na Austrália, a ASX implementou um limite que permite que as empresas listadas mantenham no máximo 50% de seus balanços em ativos “tipo caixa”. Essa regra torna a adoção de um modelo de tesouraria cripto bastante difícil, de acordo com Steve Orenstein, CEO da Locate Technologies Ltd. Em contrapartida, o Japão adota uma perspectiva diferente e abriga a Metaplanet, que é a quarta maior detentora corporativa de Bitcoin no mundo, possuindo, em 22 de outubro de 2025, 30.823 Bitcoins avaliados em cerca de US$ 3,33 bilhões.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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