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Brasil investe R$ 5,4 milhões em meio a saques em fundos cripto

O Brasil deu um passo interessante no cenário das criptomoedas ao aportar US$ 1 milhão, ou seja, cerca de R$ 5,4 milhões, em fundos de criptomoedas na semana que terminou em 22 de agosto. Essa movimentação foi um respiro em meio a um período complicado, onde as saídas líquidas globais atingiram impressionantes US$ 1,43 bilhão, segundo informações da CoinShares.

Esse momento de pressão negatividade parece ter sido amplificado pela apreensão dos investidores no início da semana. Todo esse clima de incerteza girava em torno do simpósio de Jackson Hole, um evento bastante importante que junta representantes de bancos centrais nos Estados Unidos, na cidade de Wyoming. O foco estava especialmente na posição do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros, uma dúvida que foi dissipando na última sexta-feira, quando o presidente da entidade, Jerome Powell, fez um discurso mais otimista.

Mesmo com esse cenário conturbado, a CoinShares destacou que os volumes negociados em ETPs (produtos financeiros atrelados a criptomoedas) alcançaram US$ 38 bilhões na semana passada. Isso representa um aumento de aproximadamente 50% em comparação à média deste ano, refletindo um sentimento mais polarizado dos investidores em relação à política monetária nos EUA.

A Performance Global das Criptos

Além do Brasil, outros países também tiveram um desempenho positivo. A Alemanha, por exemplo, fez um aporte de US$ 18,4 milhões, enquanto Canadá, Austrália e Hong Kong investiram US$ 3,7 milhões, US$ 3,5 milhões e US$ 2,6 milhões, respectivamente. Por outro lado, os Estados Unidos enfrentaram uma saída líquida considerável de US$ 1,31 bilhão. A Suécia e a Suíça também registraram retiradas significativas, de US$ 135,5 milhões e US$ 11,8 milhões, respectivamente. A situação foi ainda mais complicada para o saldo de ETPs cripto de outros países, que caiu em US$ 6 milhões.

Somando todas as movimentações, o Brasil acumulou uma saída líquida de US$ 16,3 milhões no mês e uma de US$ 82 milhões no ano. Isso fez com que o total de ativos sob gestão (AuM) do país recuasse para US$ 1,63 bilhão, embora ainda manteve a sexta posição global nesse quesito. Os EUA lideram com US$ 163,44 bilhões, seguidos pela Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia.

Os Números do Bitcoin e Outras Criptomoedas

No que diz respeito aos criptoativos, o Bitcoin (BTC) viu saídas líquidas de US$ 1,03 bilhão. ETPs relacionados ao Ethereum (ETH) e Sui (SUI) também não passaram despercebidos, apresentando saídas líquidas de US$ 440,9 milhões e US$ 12,9 milhões, respectivamente. No lado positivo do investimento, ativos como XRP, Solana (SOL), Cronos (CRO), Cardano (ADA) e Chainlink (LINK) atraíram novos investimentos, com entradas líquidas que variaram entre US$ 2,1 milhões e US$ 25 milhões.

O Mapa dos Investimentos

Quando observamos os produtos de investimento, os maiores volumes de entradas líquidas vieram do Proshares Bitcoin ETF-USD, que recebeu US$ 83,6 milhões, seguido pelo NEOS Bitcoin High Income ETF, com US$ 72 milhões. Outros produtos como o Vaneck Bitcoin ETF e o ProShares Ultra Ether ETF também se destacaram.

Por outro lado, os principais produtos com saídas líquidas incluem o iShares Bitcoin Trust, que teve retiradas de US$ 615,02 milhões. O Fidelity Wise Origin Bitcoin e o Ark 21Shares Bitcoin ETF também registraram retiradas significativas.

Na semana anterior, o Brasil ainda enfrentou algumas retiradas, mas havia alcançado US$ 1,72 bilhão em fundos cripto, impulsionado pelo aumento do Bitcoin e a valorização do Ethereum. É bem interessante ver como o mercado de criptomoedas pode ser tão dinâmico e afetado por fatores globais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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