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Brics apoia pagamento de direitos autorais em IA

A 17ª reunião de cúpula do Brics, que acontece neste domingo e segunda-feira no Rio de Janeiro, promete trazer algumas inovações importantes. Uma das propostas que estão em pauta é a inclusão do pagamento de direitos autorais para o uso de dados no treinamento de inteligência artificial (IA).

O Brics é um bloco formado por 11 países, sendo eles Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Além desses, outros países parceiros, como Belarus e Bolívia, também estão na conversa. A expectativa é que a declaração final trate dos direitos dos países na geração de dados, um tema que saiu de conversas com diplomatas.

O presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, comentou que a empresa reconhece a necessidade de remunerar parceiros de conteúdo, mas ressaltou que isso não precisa acontecer exatamente com royalties. Essa declaração reflete o que a gigante da tecnologia tem feito em parcerias com veículos de mídia, onde eles usam o acervo para treinar seus sistemas de IA.

Por outro lado, a declaração do Brics trará um alerta importante sobre proteção intelectual, enfatizando a necessidade de respeitar os direitos autorais ao treinar IA. Isso se refere à questão de que muitas vezes esses dados acabam sendo extraídos sem autorização, especialmente de obras que pertencem a veículos de comunicação.

Diálogo Brasil-China

Na última quinta-feira, durante o seminário sobre os Brics e cooperação global em finanças, um grupo de especialistas chineses discutiu a necessidade de os países do bloco unirem esforços para avançar no desenvolvimento de IA e energia sustentável. A China, que está à frente nesses setores, chamou a atenção para a importância dessa colaboração.

O professor Xiao Youdan, que participou do seminário, destacou que os países em desenvolvimento precisam de cooperação e transferência de tecnologia para que possam aproveitar melhor as ferramentas disponíveis. Ele apontou que muitos dados inseridos pelos usuários desses países acabam beneficiando as economias desenvolvidas, criando um ciclo que precisa ser alterado.

Zhao Hai, diretor do programa de Política Internacional de uma academia chinesa, ressaltou o risco de os países em desenvolvimento se tornarem apenas produtores de matérias-primas, enquanto as nações ricas dominam a tecnologia. Essa disparidade pode agravar a desigualdade digital.

A pesquisadora sul-africana Thelela Ngcetane-Vika também compartilhou preocupações sobre as desigualdades socioeconômicas entre os países do Brics. Ela ressaltou que questões como a exclusão digital dificultam o acesso às novas tecnologias, principalmente em regiões onde os recursos são escassos.

O encontro também discutiu a importância de criar um ambiente mais equitativo, para que todos, independentemente de sua localização, tenham oportunidades iguais de acesso à tecnologia. O Rio de Janeiro, por sua vez, está se preparando para se tornar a capital da IA no Brasil, em um esforço para acompanhar as transformações globais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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