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Circle analisa reversão de transações em stablecoins contra fraudes

A Circle, que é a criadora da stablecoin USDC, está pensando em como reverter transações. Isso é algo incomum entre as grandes empresas do mundo das criptomoedas, que geralmente preferem manter as transações imutáveis. Essa novidade foi divulgada em uma reportagem pelo Financial Times.

De acordo com o presidente da empresa, Heath Tarbert, a ideia de implementar reembolsos em casos de fraude ou disputas pode ser uma boa maneira de fazer com que as stablecoins se aproximem do sistema financeiro tradicional. Ele mencionou que há uma certa tensão entre a liquidez imediata das transações e a necessidade de que algumas delas sejam irreversíveis. Essa mudança, portanto, representaria um desvio do que geralmente se espera de registros em blockchain.

Tarbert, que já foi presidente da CFTC, comentou também que desenvolvedores estão debatendo se seria possível estabelecer algum nível de reversibilidade em certos blockchains, desde que todas as partes envolvidas concordem. Embora a tecnologia de blockchain e contratos inteligentes apresente muitas vantagens, ele acredita que o sistema financeiro convencional possui benefícios que ainda não foram totalmente replicados.

Atualmente, a Circle tem cerca de US$ 74 bilhões em USDC circulando e está experimentando um novo blockchain chamado Arc, que foi projetado para atender instituições financeiras. Esse sistema é compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM) e usará o USDC como seu token nativo, facilitando pagamentos, câmbio e operações em mercados de capitais.

No modelo da Arc, os pagamentos não seriam revertidos diretamente, mas existiriam contrapartidas acordadas entre as partes, algo parecido com os reembolsos que conhecemos dos cartões de crédito. Além disso, a empresa planeja implementar camadas de confidencialidade para proteger as transações realizadas por instituições.

A Circle está se consolidando como uma líder no mercado de stablecoins nos Estados Unidos neste ano, especialmente após o sucesso de sua IPO em junho. Seu movimento é bastante diferente da estratégia da Tether, que é a maior emissora de stablecoins com o USDT, focando mais em negociações de alto volume e mercados emergentes.

De modo geral, analistas, incluindo os do Goldman Sachs, consideram que o setor de stablecoins tem um futuro promissor, com um potencial de crescimento significativo nos próximos anos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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