Recentemente, a Circle, conhecida pela emissão da stablecoin USDC, fez um anúncio interessante. Poucas semanas após um IPO bem-sucedido, a empresa revelou que está em busca de autorização do Escritório do Controlador da Moeda dos EUA (OCC) para criar um banco nacional de truste.
A ideia é estabelecer o First National Digital Currency Bank, N.A. Esse banco seria supervisionado pelo OCC e teria como missão gerenciar as reservas que garantem o valor do USDC, que já conta com mais de US$ 61 bilhões em circulação. Esse passo tem um objetivo claro: manter a conformidade com as novas legislações sobre stablecoins, como o GENIUS Act, que foi recentemente aprovado pelo Senado americano.
Jeremy Allaire, cofundador e CEO da Circle, falou sobre isso e destacou que criar um banco desse tipo é um marco importante. Ele acredita que isso vai contribuir para um sistema financeiro online mais transparente e eficiente, além de facilitar o acesso das pessoas. A partir desse novo banco, a Circle quer fortalecer ainda mais a estrutura do USDC e adequar-se às regras emergentes sobre emissão e operação de stablecoins.
É bom lembrar que, com essa licença, a Circle não vai poder realizar algumas operações típicas de bancos, como conceder empréstimos ou aceitar depósitos em conta. Mas, de acordo com a nova autorização, a empresa terá liberdade para supervisionar suas reservas e custodiar ativos de outras instituições. Isso mostra um movimento proativo em direção a uma regulação mais sólida e confiável no setor.
Curiosamente, a primeira empresa de ativos digitais a conseguir uma licença do OCC foi a Anchorage Digital, em 2021. Atualmente, a gestão das reservas do USDC está sob responsabilidade da BlackRock, com o auxílio do BNY Mellon.
Com relação às ações da Circle, elas apresentaram uma leve alta recentemente, fechando a US$ 181,29. No entanto, a trajetória não tem sido fácil; depois de um início promissor, com o preço das ações chegando a US$ 299, houve uma queda significativa nas últimas semanas, com quase 28% de desvalorização apenas na última semana. O JP Morgan, um dos grandes nomes financeiros, acredita que os papéis da Circle estão supervalorizados, apontando um preço-alvo muito abaixo do que está sendo praticado atualmente.
Essas movimentações na Circle refletem não só a busca por inovação no espaço financeiro digital, mas também os desafios que as empresas de criptomoedas enfrentam na regulamentação e no mercado.
