Coinbase anuncia lançamento de mercado de previsões na próxima semana
A Coinbase está prestes a lançar um mercado de previsões e ações tokenizadas na próxima quarta-feira, dia 17 de dezembro. Essa movimentação já vinha sendo comentada, mas agora parece que a empresa finalmente vai oficializar essa nova abordagem. Recentemente, algumas capturas de tela vazadas nas redes sociais mostraram o funcionamento inicial dos produtos, dando indícios de que o Kalshi será a plataforma responsável por essa novidade na Coinbase.
O boom dos mercados de previsão
Esse movimento acontece em um momento em que os mercados de previsões estão bombando. Até outubro deste ano, o volume negociado nesses mercados chegou a impressionantes US$ 28 bilhões, superando, em cerca de 30%, as pesquisas eleitorais tradicionais. A indústria de análise preditiva nos Estados Unidos está avaliada em aproximadamente US$ 14 bilhões e deve crescer para US$ 32,85 bilhões até 2030.
E não para por aí; a concorrência também está se expandindo. A Gemini recebeu autorização recentemente para lançar seus próprios mercados de previsões, enquanto a Crypto.com fez uma parceria interessante com a Trump Media & Technology Group Corp. para explorar iniciativas semelhantes.
Nos Estados Unidos, a Polymarket, que é uma das principais plataformas de previsão, teve que interromper suas atividades em 2022 por não estar registrada conforme as normas. Após um acordo com a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a plataforma conseguiu autorização para voltar ao mercado em novembro, após a compra de uma bolsa regulada.
Incerteza regulatória
Contudo, o setor enfrenta um crescimento do escrutínio regulatório. Alguns reguladores estaduais, como a Comissão de Jogos de Apostas do Estado de Washington, já começaram a impor proibições, alegando que os mercados de previsões são uma “atividade não autorizada”. Eles estão de olho nas disputas legais em andamento, que podem redefinir a legalidade desse tipo de negócio.
No Congresso, os legisladores também estão ampliando o foco sobre as apostas políticas, que são uma das áreas mais populares dentro dos mercados de previsões. Por exemplo, a proposta de lei Ban Gambling on Elections Act foi apresentada em dezembro passado, especialmente diante da expectativa de US$ 930 milhões em apostas para as eleições de 2024 nas plataformas.
O senador Jeff Merkley expressou suas preocupações, apontando que apostar em eleições pode abrir portas para a corrupção e prejudicar a democracia. Em vários países, a prática de apostas eleitorais já foi banida, incluindo em Taiwan.
A Polymarket ainda enfrentou contestações sobre a autenticidade de seu volume de transações, com pesquisas indicando que quase um quarto das negociações na plataforma poderia ser manipulado.
Coalizão para Mercados de Previsões (CPM)
Diante desse cenário, um grupo significativo de empresas de fintech e cripto, incluindo Kalshi, Crypto.com, Coinbase, Robinhood, e Underdog, anunciou a criação da Coalizão para Mercados de Previsões (CPM). O objetivo do grupo é defender o acesso regulado e transparente aos mercados de previsões, especialmente com o crescimento desse segmento e a pressão de regulamentações estaduais.
Sara Slane, uma das líderes da coalizão, destacou a importância de terem uma regulamentação clara. Ela enfatizou que os consumidores americanos merecem diretrizes consistentes, em vez de interpretações conflitantes que variam de estado para estado. Com a experiência da Kalshi sendo o primeiro mercado de previsões regulado federalmente, ela ressaltou a necessidade urgente de uma voz unificada para acessar esses mercados de forma justa e transparente.





