A Coinbase anunciou recentemente que está considerando lançar um token para a Base, sua rede de segunda camada no Ethereum. Isso é uma grande mudança de rumo, já que a empresa vinha rejeitando essa ideia por um bom tempo. Em um evento chamado Basecamp, Jesse Pollak, o chefe da Base, confirmou que os planos estão em fase inicial.
A conta oficial da Base comentou: “Estamos começando a explorar um token de rede”. Porém, não há informações ainda sobre como será esse token, como ele funcionará ou quando poderia ser lançado. O foco é trazer a comunidade para esse processo, tomando decisões de forma aberta.
Brian Armstrong, CEO da Coinbase, também destacou a importância de um token para acelerar a descentralização e fomentar a criatividade dentro do ecossistema. Ele fez questão de dizer que, embora a ideia esteja sendo explorada, não existem planos concretos neste momento. O objetivo é atualizar a visão da empresa e, por enquanto, tudo isso é apenas uma exploração.
Agora, vale lembrar que a Base já opera sem precisar de um token específico para funcionar. Ao contrário de outras redes de segunda camada que utilizam tokens próprios, a Base permite transações pagas com ETH, mantendo uma ligação direta com o protocolo de segurança do Ethereum.
Esse modelo de operação não é novidade e já se tornou tática de marketing em alguns projetos de cripto, visando incentivar usuários a interagir com o produto, na expectativa de receber alguma recompensa, como um airdrop. E mesmo sem um token, a Base é uma das redes de segunda camada mais ativas, facilitando milhões de transações diariamente.
Só nesta segunda-feira, a Base registrou cerca de 13 milhões de transações em 864 mil endereços ativos, de acordo com os dados da DefiLlama. Para se ter uma ideia, a Arbitrum, outra rede de segunda camada relevante, teve um total de 268 mil transações no mesmo dia. Em termos de capital depositado, a Base tinha US$ 5 bilhões investidos, ocupando a sexta posição entre as maiores redes, a mais alta entre as de segunda camada do Ethereum.
A Arbitrum, por sua vez, lançou seu próprio token em 2023, o que permitiu a governança descentralizada, onde os detentores podem propor e votar em mudanças. Essa prática tem se tornado comum entre redes como a Optimism, que também lançou tokens para facilitar governação similar.
Base
A Base foi lançada em 2023, apresentando-se como um espaço inovador para os produtos da Coinbase. A ideia é unir diversas aplicações descentralizadas (dApps) em uma plataforma acessível a todos. A Base foi desenvolvida utilizando o OP Stack da Optimism, uma estrutura que já se mostrou eficaz em outras redes.
Em julho, a Coinbase lançou um novo aplicativo chamado Base, que reformulou e expandiu a sua antiga carteira. Esse novo app promete ser uma verdadeira “central” para tudo o que envolve a economia on-chain, permitindo aos usuários realizar transações, criar, se comunicar, jogar e até interagir com inteligência artificial dentro de uma única plataforma.
John Granata, Diretor de Produto da Coinbase, afirmou que a empresa está fazendo a transição de oferecer ferramentas isoladas para construir uma rede que promova a interação social. Afinal, negociar, enviar pagamentos e criar aplicativos é muito mais divertido quando se pode fazer isso junto com outras pessoas.
