Criador da Litecoin reflete: “Deveria ter comprado Bitcoin”
O criador da Litecoin, Charlie Lee, fez uma declaração surpreendente sobre sua jornada no mundo das criptomoedas. Em uma entrevista ao CoinDesk, ele revelou que, se pudesse voltar no tempo, teria apenas comprado Bitcoin e ficado fora da criação de qualquer moeda. Segundo ele, desenvolver a Litecoin não trouxe os resultados esperados em termos de lucro e ainda gerou muita dor de cabeça.
Enquanto trabalhava no Google, Lee tinha um sonho: criar uma moeda digital que fosse uma alternativa mais rápida e barata ao Bitcoin. Em 2011, surgiu a Litecoin, que ficou conhecida como a “prata” em relação ao “ouro” do Bitcoin. Embora tenha se destacado no mercado durante anos, atualmente ocupa a 21ª posição em valor de mercado, de acordo com dados do CoinGecko.
A mudança de Lee é notável, especialmente considerando que ele foi uma das grandes figuras do setor. Ele compartilhou que a fama não entregou apenas reconhecimento, mas também consequências pesadas. “Às vezes, eu invejo o Satoshi. Ser anônimo traz uma força incrível”, afirmou, referindo-se ao criador misterioso do Bitcoin. Atualmente, Lee lida com consequências como sequestradores e ameaças, já que muitos ainda acreditam que ele detém grandes quantidades da moeda.
Em 2017, Lee vendeu todos os seus ativos da Litecoin. Essa escolha não foi fácil e gerou uma onda de críticas na comunidade. Ele admitiu: “Recebi muito ódio online, mas agora, quero que o preço suba mais apenas para reduzir a quantidade de gente que me odeia”, disse, com um toque de ironia.
Apesar das dificuldades, Lee tem orgulho do legado que deixou. A Litecoin, ativa há quase 14 anos, é um exemplo de moeda que segue o conceito de “lanzamento justo”, onde não há pré-mineração ou privilégios para os fundadores. Ela também é amplamente aceita em plataformas de pagamento, como BitPay e PayPal. Para ele, lançar uma moeda semelhante hoje seria um desafio muito maior devido ao financiamento por capital de risco e pré-mineração.
Ao encerrar a conversa, Lee resumiu sua situação com uma pitada de humor, mencionando que talvez ele precise “ir para uma ilha deserta, mas se for para isso, que seja na Lua”.