Criptomoedas na América Latina tiveram crescimento de 9x em três anos
O movimento das criptomoedas na América Latina está ganhando força. Um estudo recente revelou que o volume de transações nas principais exchanges da região cresceu de US$ 3 bilhões em 2021 para impressionantes US$ 27 bilhões em 2024. Esse crescimento é guiado, principalmente, por países como Brasil, México, Argentina e Venezuela. O que chama a atenção é que muitos latino-americanos estão adotando criptomoedas por necessidade, e não simplesmente por especulação.
Essas exchanges têm se mostrado essenciais, não só para o varejo, mas também para o mercado institucional e as transferências internacionais. Entre 2021 e 2024, a movimentação financeira na região aumentou nove vezes, tornando-se uma composição sólida através de ativos como Ethereum e Tron, que facilitam pagamentos acessíveis e liquidações de alto valor.
A inflação e a desvalorização das moedas locais estão levando muitos a enxergar os ativos digitais como uma forma de garantir a sobrevivência financeira. Esse cenário está moldando um novo tipo de economia, posicionando a América Latina como um dos líderes globais em adoção de criptomoedas. De acordo com o estudo, até junho de 2024, a região já tinha recebido cerca de US$ 415 bilhões em valor cripto, com os mesmos países em destaque.
A popularidade das stablecoins também está em alta. Na Argentina, por exemplo, mais de 70% das compras envolvem essas moedas, que estão sendo utilizadas para proteger salários e realizar remessas. Essa tendência mostra como as criptomoedas estão mudando a vida financeira dos latinos.
Exchanges como ponto de entrada
As exchanges centralizadas continuam sendo o principal canal para quem deseja entrar no mundo das criptomoedas. Elas representaram cerca de 68,7% de toda a atividade nas exchanges na metade de 2024. Isso demonstra que os usuários preferem plataformas que são confiáveis e regulamentadas, especialmente por oferecerem um acesso direto às moedas tradicionais.
Além da negociação de criptomoedas, essas plataformas têm ampliado seus serviços, incluindo pagamentos e transferências internacionais, se tornando parte fundamental da economia cripto na região. E a liderança do mercado é bastante concentrada, com a Binance dominando, seguida por player regionais como Mercado Bitcoin, Bitso, Foxbit e Lemon.
O uso diversificado das criptomoedas
A diversidade de usos das criptomoedas também se destaca. Traders profissionais estão envolvidos em grandes transações nas exchanges, enquanto o Brasil se sobressai nas operações institucionais. Bancos como Itaú e BTG Pactual estão cada vez mais integrados aos ativos digitais, oferecendo até opções de investimentos em cripto, além de pequenas e médias empresas (PMEs) que estão utilizando essas moedas para facilitar seus pagamentos internacionais.
Em relação às stablecoins, os ativos lastreados em real e pesos mexicanos aumentaram bastante. Aplicativos de pagamento estão se transformando em neobancos que oferecem serviços completos envolvendo criptomoedas, e duas stablecoins, USDT (Tether) e USDC (Circle), já representam quase 90% do volume movimentado nas exchanges da região, consolidando sua posição de liderança.
As mudanças no cenário econômico e financeiro na América Latina mostram como as criptomoedas podem oferecer novas soluções e oportunidades para as pessoas. E, à medida que o mercado continua a evoluir, a expectativa é que essa tendência só aumente.